29 de junho de 2016

Nílton Santos


NÍLTON SANTOS

Nílton Santos nasceu na cidade do Rio de Janeiro, 16 de maio de 1925, e faleceu na mesma cidade, em 27 de novembro de 2013. Atuava como lateral-esquerdo. Em 2000, foi eleito pela FIFA como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos.
Integrou o plantel da seleção brasileira nos campeonatos mundiais de 1950, 1954, 1958 e 1962, tendo sido bicampeão nas duas últimas.
Foi chamado de "A Enciclopédia" por causa dos conhecimentos sobre o futebol e por ser completo como jogador. Foi o precursor em arriscar subidas ao ataque através da lateral do campo. Revolucionou a posição de lateral-esquerdo, utilizando-se de sua versatilidade ao defender e atacar, inclusive marcando gols, numa época do futebol que apenas tinha a função defensiva.
Estreou na seleção brasileira no Sul-Americano de 1949, competição realizada no Brasil que acabou campeão. Participou da Copa do Mundo de 1950 onde foi vice-campeão. Ainda foi campeão com a seleção do Pan-Americano de 1952, bi campeão mundial em 1958 na Suécia e 1962 no Chile. Atuou em 75 partidas oficiais e 10 não oficiais. Sua despedida da seleção ocorreu na final da Copa de 1962. Marcou dois gols com a camisa da seleção.
Na Seleção Brasileira de futebol, Nílton foi um jogador chave na defesa durante os campeonatos mundiais em que participou e ficou famoso internacionalmente por marcar um gol magnífico no torneio de 1958, quando o Brasil jogou com a Áustria. Trazendo a bola do campo de defesa e driblando o time adversário inteiro (e deixando doido o técnico Vicente Feola), finalizou com um ótimo chute.
Outra jogada sua sempre lembrada é a do pênalti que cometeu contra o atacante Enrique Collar no jogo contra a Espanha na Copa do Mundo de 1962, considerado a partida mais difícil daquela campanha. O árbitro marcou a falta, mas quando chegou perto para conferir o lance, colocou a bola fora da área, pois não percebeu que Nílton, sem se desesperar e gesticular os braços como fariam outros jogadores, matreiramente havia dado dois passos e saído da área, enganando o árbitro.

Fonte: Wikipédia

27 de junho de 2016

A Taça Jules Rimet


A TAÇA JULES RIMET

Ney Bianchi

Abel Lefleur, o escultor da Taça Jules Rimet, sem dúvida compraria muitas latas de caviar para Pickles, o cachorro que suplantou a Scotland Yard e encontrou o troféu, roubado de uma exposição, este ano. Afinal, se não fosse o vira-latas do marítimo David Corbert, sua obra-prima estaria perdida para sempre, derretida e vendida em barras, ou escondida na mansão de algum colecionador sem escrúpulos. O fato é que, nos seus 36 anos de vida, a Taça Jules Rimet já deixou milhões de pessoas angustiadas, mas nunca havia enfrentado, ela própria, um perigo tão grande.
Nem quando Otorino Barassi, dirigente do futebol italiano, temendo, em 1939, que ela se transformasse num troféu de guerra, escondeu-a, levando-a mais tarde para Zurique, onde ficou durante todo o segundo conflito mundial.
A Taça do Mundo foi concebida no Congresso Extraordinário da FIFA realizado em Barcelona, em 1929, para ser entregue aos vencedores do Campeonato Mundial de Futebol, que então nascia. Pouco a pouco ela se transformou, como previra seu criador, M. Jules Rimet, no "símbolo da primazia absoluta". Jule Rimet, fundador da FIFA e seu presidente de 1924 a 1954 e cujo nome foi emprestado à Taça em 1950, assinalou no discurso em que justificava a criação do troféu: "Espero que me creiam quando digo que não escolhi esta taça entre as apresentadas em virtude de um afã de ostentação e riqueza. Ela é, antes de tudo, um símbolo. A Copa do Mundo deve ser a primeira entre as competições e o ouro ainda é o maior símbolo da Primazia absoluta".
A obra de Lefleur - que recebeu pelo seu trabalho o equivalente a 150 mil cruzeiros - representa a Vitória, alada, tendo sobra a cabeça uma pira octogonal e repousando sobre um pedestal também octogonal, onde, de quatro em quatro anos, são gravados os nomes dos países vencedores. A estatueta pesa 4,5 quilos e tem 1.800 gramas de ouro puro. Sua altura é de 30 cm. Seu custo, hoje, é avaliado em 3 mil libras; ela está segurada em 30 mil libras, quantia que o Lloyd's inglês teria de pagar à FIFA, caso o cãozinho Pickles não se pusesse em ação.
Segundo o regulamento oficial, a Taça Jules Rimet será conquistada, definitivamente, pelo país que vencer o Campeonato Mundial de Futebol três vezes, consecutivas ou alternadas. Assim, este ano, Brasil, Itália e Uruguai tem chances de se transformarem em seus donos vitalícios. Mas se isso não ocorrer, a FIFA terá um sério problema na Copa de 1970, pois na base da Taça há, apenas, mais um lado do octógono para ser preenchido. Se, entretanto, um dono definitivo surgir agora, a FIFA criará outro troféu e tudo indica que seu nome será - por sugestão do Brasil - Winston Churchill, em homenagem ao grande estadista britânico.

Fonte: O Brasil na Copa do Mundo (Oferta da Esso do Brasil),  em 1966

Edson Arantes do Nascimento, Pelé


EDSON ARANTES DO NASCIMENTO, PELÉ

José Dias Herrera

Pelé marcou seu milésimo gol em 19 de novembro de 1969, em sua 909ª partida
Pelé é considerado o maior jogador da história do futebol e recebeu o título de Atleta do Século (20), em 15 de maio de 1981, a partir de uma eleição promovida pelo jornal francês "L'Equipe".
Nascido na cidade mineira de Três Corações, em 23/10/1940, filho de Celeste e de João Ramos do Nascimento, jogador de futebol no sul de Minas Gerais, conhecido como Dondinho, Pelé desde criança manifestou a vontade de ser jogador de futebol como o pai.
O apelido com que se tornou conhecido originou-se de um episódio relacionado a um goleiro, colega de Dondinho. Em 1943, o pai de Pelé jogava no time mineiro do São Lourenço. Pelé, com apenas tinha três anos, ficou impressionado com as defesas do goleiro da equipe e gritava: "Defende Bilé". As pessoas próximas começaram a chamá-lo de "Bilé", mas as crianças entenderam o apelido como "Pelé".
Em 1945, a família mudou-se para Bauru, interior de São Paulo. Com dez anos Pelé já jogava em um time infanto-juvenis como o Canto do Rio, Ameriquinha e Baquinhos. O pai então o estimulou a montar o seu próprio time: chamou-o Sete de Setembro. Para adquirir material, como bolas e uniformes, os garotos do time chegaram a vender produtos em entrada de cinema e praças. Pelé trabalhava como engraxate.
Descoberto aos 11 anos pelo jogador Waldemar de Brito, foi convidado a jogar no Bauru Atlético Clube. O mesmo Waldemar o apresentou à Vila Belmiro no dia 8 de agosto de 1956 dizendo: "Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo". Assim começou a carreira de Pelé no Santos F.C., estreando em uma partida amistosa cujo resultado foi Santos 7 x 1Corinthians de Santo André (com um gol de Pelé).
Aos 16 anos, participou de um torneio de quatro equipes européias e brasileiras. O time em que atuou foi um combinado do Santos e do Vasco da Gama e, em uma das partidas, Pelé fez três gols.
Sua consagração veio na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, quando o Brasil foi pela primeira vez campeão mundial. Pelé marcou seis gols. Na Copa do Chile, em 1962, Pelé sofreu uma distensão muscular no jogo contra a Tchecoslováquia e deu adeus ao torneio, deixando Garrincha brilhar.
Pelé participou ainda da Copa de 1966, na Inglaterra, e da Copa de 1970 no México, quando a seleção trouxe para o Brasil a taça Jules Rimet. Apelidado de "O Rei" pela imprensa francesa, em 1961, criou e aperfeiçoou jogadas que encantaram o mundo: o chute a gol do meio do campo, a tabela nas pernas do adversário, o drible sem bola no goleiro, a paradinha na cobrança do pênalti.
Em 1966, Pelé casou-se com Rosemeri Cholbi, com quem teve três filhos: Kelly Cristina, Edson (Edinho) e Jennifer. Em 1969, em meio a guerra civil no Congo Belga, as forças rivais declararam uma trégua para que Pelé e o time do Santos F.C. transitassem em segurança entre Kinshasa e Brazzaville.


Marco
O milésimo gol foi marcado em 19 de novembro de 1969, às 23h11, em sua 909º partida, Vasco da Gama 1 x 2 Santos. Ao ser cercado pelos repórteres, Pelé disse: "Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas". Pelé vestiu uma camisa de número 1000 e deu a volta olímpica no Maracanã.
Pelé participou de 115 partidas pela seleção brasileira (92 oficiais), marcando 103 gols. O último jogo pela seleção foi no Maracanã, em 18 de julho de 1971, Brasil 2 x 2 Iugoslávia.
Professor de Educação Física pela Faculdade de Educação Física de Santos (Universidade Metropolitana de Santos), fez a última partida pelo Santos em 3 de outubro de 1974: Santos 2x0 Ponte Preta.
Transferiu-se para o New York Cosmos em 1975, fechando a maior transação do futebol até o fim dos anos 1970 (US$ 7 milhões). A última partida pelo time americano foi: New York Cosmos 2 x 1 Santos, no Giants Stadium (Nova York), em 1 de outubro de 1977. Pelé atuou um tempo por cada equipe. Sua despedida definitiva do futebol deu-se aos 37 anos.
No início dos anos 1990, reconheceu duas filhas fora do seu casamento: Flávia Kurtz e Sandra Regina. Em 1994 casou-se com a psicóloga Assíria Lemos, com quem teve os gêmeos Joshua e Celeste.
Depois que pendurou as chuteiras número 39, Pelé se tornou embaixador para Ecologia e Meio ambiente (ONU 1992), embaixador da Boa Vontade (UNESCO 1993), embaixador para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco 1994) e durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foi Ministro dos Esportes do Brasil de 1995 a 1998.
Pelé recebeu, em 1997, o título de Sir-Cavaleiro Honorário do Império Britânico, das mãos da Rainha Elizabeth 2ª. O título de Maior Futebolista do Século veio em 1999, pela Unicef, na Áustria, e seguiram-se muitos outros.
Em 2000, na conturbada eleição de Melhor Jogador do Século da FIFA, Pelé foi aclamado como o melhor de todos os tempos, à frente do craque argentino Diego Maradona.
Além de jogador de futebol, Pelé gravou CDs e participou em 10 filmes.

Fonte: UOL Educação

21 de junho de 2016

Melhor contribuição


MELHOR CONTRIBUIÇÃO

O técnico Tite foi apresentado nesta segunda-feira (20) como o novo técnico da seleção brasileira. Em sua primeira entrevista como treinador da equipe nacional, ele foi perguntado sobre o manifesto que assinou pedindo a renúncia de Marco Polo Del Nero da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em dezembro de 2015.
O manifesto contou com o apoio de mais de cem personalidades, incluindo técnicos, atletas, ex-atletas, artistas e jornalistas. Além de Tite, os técnicos Zico, Dorival Junior e Paulo Autuori e os ex-jogadores Pelé, Rogério Ceni e Alex também assinaram o documento batizado de "Manifesto por uma nova CBF". "A minha atividade e o convite que me foi feito foi para ser técnico da seleção brasileira de futebol. Entendo que essa atribuição é a melhor maneira que eu tenho para contribuir com o que tenho de ideia para minha vida", afirmou Tite.
"Transparência, democratização, excelência, modernidade. Isso permanece como conceito em todas as áreas. São meus princípios. Esta é a forma que eu penso e trago para o futebol. O meu legado pode falar a respeito", afirmou o treinador. O movimento foi organizado por jogadores que integram o Bom Senso FC, como Paulo André, e a ONG Atletas, que tem a ex-jogadora de vôlei Ana Moser e o ex-são-paulino Raí como diretores.

NOVA CARA

O treinador afirmou ainda que vai construir a nova seleção com base nas características dos jogadores. O seu primeiro jogo no comando da equipe acontece acontece em agosto, contra o Equador, fora de casa, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
"A seleção não tem que ter a cara do Tite. Tem que ter a cara do Brasil. Seria pretensioso da minha parte. É a nossa cara, da característica dos atletas. Ter muita transição, rapidez com a base da seleção. Ajustar e potencializar. Essa é minha função", afirmou o treinador Tite.
O técnico pensa até em fazer um rodízio de capitães. Atualmente, o atacante Neymar ostenta a faixa. "Temos uma ideia de capitania. Podemos divergir de ideias, é da vida, mas com respeito. Todos têm uma responsabilidade por cima da performance. Todos vencem. Essa é a grande marca de uma equipe de futebol. Essa mudança de capitania traz isso", afirmou.

Fonte: Folha de Pernambuco, Recife, 20/6/2016

19 de junho de 2016

Rivelino critica Neymar


Fotografia de Rodrigo Coca / Agência Corinthias

RIVELINO CRITICA NEYMAR

Roberto Rivellino, campeão do mundo com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, fez duras críticas a Neymar na abertura do programa "Cartão Verde", da TV Cultura. Também comentarista, o ídolo também de Corinthians e Fluminense, se indignou com o polêmico post de Neymar no Instagram, no qual chamou de "babacas" quem criticou o time de Dunga na Copa América Centenário.
“Em se tratando de Neymar, uma pessoa pública, um ídolo, acho que ele devia nesse momento ficar quieto. Perdeu um grande momento de ficar de ficar quieto. É uma coisa que marca na carreira dele, não é bom pra ele, é um excelente jogador, mas acho que a preocupação dele tem que ser mais no campo do que fora. Na vida dele tá mais preocupado com o fora do campo do que dentro de campo, então isso é preocupante e não dá para perdoar, não'', continuou o ex-jogador.
“E ele usou um termo que eu me senti ofendido, e acho que todos vocês, também, com ele chamando a gente de babaca'', continuou ele.
“Acho que o maior babaca da história é ele. Ele que é o babaca. Tem que construir uma história dentro de uma seleção brasileira pra falar. Até agora não ganhou nada, não deu nenhuma alegria pro povo, então menos. Primeiro constrói a sua história, tenta dar um título para o povo brasileiro e depois aí pode reclamar um pouco'', apontou ele.
“E aquele negócio, a ostentação. Quando o fisco confiscou o carro dele, uma Porche, chegou dois dias depois e tava com uma Ferrari tirando foto. Acho sem necessidade alguma, porque não vejo isso em outros jogadores maiores que ele, como Messi, Cristiano Ronaldo, Suárez, Ibra'', analisou ele.
“Ele, sendo o maior jogador brasileiro, sendo um cara ídolo, com crianças e mais crianças que gostam dele, acho que tem que tomar mais cuidado e focar a carreira dele mais dentro do campo. A primeira parte, que ele ofende, que ele agride todos nós, era ele, foi ele que escreveu. A segunda parte [pedido de desculpas], acredito que não foi ele, outra pessoa acho que redigiu'', concluiu ele.

Fonte: Yahoo Esportes

17 de junho de 2016

Pelé recebe a mais alta condecoração Olímpica


PELÉ RECEBE A MAIS ALTA CONDECORAÇÃO OLÍMPICA

Foi em Santos, a cidade do litoral de São Paulo que o apresentou ao mundo, que Pelé recebeu nesta quinta-feira (16) a Ordem Olímpica, mais alta condecoração do Comitê Olímpico Internacional (COI). O rei do futebol recebeu a honraria das mãos de Thomas Bach, presidente do COI, em cerimônia no Museu Pelé. Tornou-se, assim, o terceiro brasileiro a ganhar tal reconhecimento, junto de Maria Lenk e Adhemar Ferreira da Silva.
“Eu estava na Inglaterra recentemente e pensaram em dar o prêmio lá. Pensaram também nos Estados Unidos, mas tinha que ser em Santos”
Pelé, sobre a cerimônia de condecoração da Ordem Olímpica
Tricampeão mundial de futebol com a seleção brasileira, Pelé jamais teve a oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos. E tratou essa questão com bom humor:
“Eu virei jogador muito cedo e, naquela época, o atleta profissional não podia disputar os Jogos. Então, costumo brincar que o Brasil só não ganhou a medalha de ouro no futebol porque eu não joguei.”
Bach destacou que o fato de não ter participado dos Jogos não reduz a importância de Pelé para o movimento Olímpico. “Tudo que foi feito por Pelé, dentro e fora do esporte, espalha os valores Olímpicos, excelência, amizade e respeito”, afirmou, brincando sobre a dificuldade que foi decidir se ele seria ou não premiado. “Essa decisão levou muitos, muitos... segundos.”
Em seu discurso, o presidente do COI curvou-se a Pelé. “Eu comecei no esporte com o futebol. Não era ruim, mas tinha só uma perna, a esquerda. Então decidi seguir na esgrima, e assim me tornei presidente do COI”, disse o alemão, medalhista de ouro nos Jogos Montreal 1976. “Hoje, agradeço por isso, ou teria virado um bom jogador e perderia a chance de homenagear um dos meus ídolos”.
Carlos Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016, também destacou a grandiosidade de Pelé: “Este é um momento para sempre. O homem que recebe essa honra não necessita ter sua história contada, é universalmente conhecido”.


Fonte: Rio 2016

A seleção brasileira hoje


Mané Garrincha


MANÉ GARRINCHA

Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha, nascido em Magé, em 28 de outubro de 1933, e falecido no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1983, foi um jogador brasileiro que se notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas tortas. É considerado por alguns o maior jogador de futebol de todos os tempos e o mais célebre ponta-direita da história do futebol. No auge de sua carreira, passou a assinar Manuel dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o ajudou. Garrincha também é amplamente considerado como o maior driblador da história do futebol.
Garrincha, "O Anjo de Pernas Tortas", foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro.

Fonte: Wikipédia

13 de junho de 2016

Brasil 0 x 1 Peru


BRASIL 0 x 1 PERU

José Neves Cabral


A Seleção Brasileira perdeu para o Peru, por 1x0, com o gol de mão marcado pelo atacante Ruidíaz, aos 33 minutos do segundo tempo, e só validado pelo árbitro uruguaio Andrés Cunha após muita discussão no gramado do Gillete Stadiun, em Fouxborough, nos Estados Unidos. As imagens da televisão, porém, flagraram o peruano empurrando a bola para o gol com a mão direita, para desespero dos brasileiros. A derrota causou a eliminação da Canarinho na primeira fase da Copa América do Centenário. Bastava um empate para o Brasil se classificar como primeiro do grupo por ter melhor saldo de gols do que o Peru, que terminou em primeiro, e o Equador, segundo colocado.
Mais uma vez, a Seleção Brasileira teve mais posse de bola, porém, não traduziu o domínio em gol no primeiro tempo. Os jogadores erravam de mais na transição do meio do campo para o ataque, facilitando a marcação dos andinos. Willian e Gabriel tiveram oportunidades, mas não conseguiram marcar diante de uma seleção peruana pouco inspirada, que buscava apenas explorar os contra-ataques.
No segundo tempo, a seleção de Dunga acabou surpreendida por um desses contra-ataques dos andinos que culminou no gol irregular validado pela arbitragem. Ao receber passe da direita, Ruidíaz jogou a bola para dentro do gol usando a mão. Em desvantagem, o Brasil pressionou bastante, indo para o tudo ou nada, mas, novamente, pecou nas finalizações. O volante Elias chegou a perder um gol incrível frente a frente com o goleiro adversário.

FICHA TÉCNICA

BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luis; Elias, Renato Augusto e Lucas Lima; Willian, Gabriel (Hulk) e Philippe Coutinho. Técnico: Dunga.

PERU: Gallese; Revoredo, Ramos, Rodríguez e Trauco; Balbin (Yotún), Vilchez, Polo, Flores (Ruidíaz) e Cueva; Guerrero .Técnico: Ricardo Gareca.

Local: Gillete Stadium. Árbitro: Andrés Cunha (URU). Auxiliares: Nicolás Tarán (URU) e Richard Trinidad (URU). Gol: Ruidíaz (29 do 2o). Cartão amarelo: Lucas Lima (Brasil).

Fonte: Folha de Pernambuco, Recife, 12/6/2016

12 de junho de 2016

O Brasil na Copa do Mundo de 1934


O BRASIL NA COPA DO MUNDO DE 1934

Thomáz Mazzoni

E, quando se pensava que a lição tinha sido aprendida, surgiu outra copa, a de 34, que o Brasil perderia em condições ainda mais deploráveis.
A FIFA acreditava obter êxito no certame programado para a Itália, onde o esporte eraFundação do Estado no regime em vigor e, portanto, o campeonato teria todo apoio oficial. A FIFA tinha certeza que, daquela vez, a concorrência europeia seria grande. E foi, tanto que vários países, entre eles a Itália, se submeteram a eliminatórias. Mas a maioria dos sulamericanos, solidários ao Uruguai, abandonado em 1930 pelos europeus, não concorreram. Desta forma, apenas a Argentina, com um time de segunda classe e o Brasil, em condições ainda piores que na Copa de 30, se inscreveram. Os países britânicos continuaram ausentes, e as grandes vedetas eram os representantes da Europa Central - Áustria, Tcheco-Eslováquia e Hungria – os três favoritos, seguidos pela Itália, a dona da casa.
Desde 1930 o futebol italiano estava em evidência, pois descobrira a mina dos oriundi: craques uruguaios, argentinos e brasileiros que levavam o estilo típico sulamericano para seus campos. Monti, Orsi Guaita, Filó e De Maria, todos oriundi, eram do escrete, os dois últimos nascidos no Brasil. Mas as coisas não foram fáceis. 7x1 contra os Estados Unidos na estréia, 1 a 1 contra a Espanha e um minguado 1x0 na partida de desempate na chave, foram os resultados da Azurra. Na semifinal, contra a Áustria, outro 1 a 0. A Tcheco-Eslováquia, o outro finalista, passara pela Romênia, Suíça e Alemanha (2x1, 3x2 e 3x1), e chegou a estar ganhando a final por 1x0. Mas os italianos empataram e, na prorrogação, conseguiram o título. Mussolini, Chefe de Estado, fez questão de cumprimentar os vencedores pessoalmente.
E o Brasil, o que fez? Muito pouco.
A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) não podia deixar de competir. A luta pela implantação do profissionalismo começara em 1932 e iria até 1937. Todos os grandes clubes, menos o Botafogo, eram profissionais. Surgira a FBF – Federação Brasileira de Futebol – que tentavam filiar à FIFA. Para sobreviver, a CBD tinha que ir a Roma disputar a segunda Copa. Só assim sua filiação internacional não correria perigo.
Restava a paz interna. Mas, embora solicitado, o Governo Federal recusou-se a intervir, através do Conselho Nacional de Desportos (CND) e a proposta de uma trégua, pelo menos até o fim da Copa, fracassou. Só restava uma solução: aliciar alguns cobras. Foi o que fez com Leonidas e Tinoco. Conseguiu o goleiro Rey, oferecendo-lhe um cheque de 20 contos. Mas ele se arrependeu, devolveu o dinheiro e deixou o escrete.
Em São Paulo, somente quatro jogadores, todos do São Paulo F.C., foram alistados: Waldemar de Brito, Sílvio, Luizinho e Armandinho. Outros, porém, foram levados por seus clubes para fazendas no interior. A CBD ainda conseguiu, no Rio Grande do Sul, o beque Luís Luz. Completou seu time com elementos do Botafogo e alguns juvenis, recrutados às pressas.
O time fez o que pode. Para cúmulo do azar, o sorteio indicou a Espanha, forte candidato, para o primeiro jogo, válido pela classificação nas oitavas de final. Quando a partida começou, em Gênova, havia poucas esperanças. O Brasil com Pedrosa, Sílvio e Luís Luz, Tinoco, Martin e Canali, Luizinho, Waldemar de Brito, Leonidas, Armandinho e Patesko. O juiz, desastradamente, acabou por arruinar tudo de uma vez. Os espanhois impunham um ritmo forte e coeso, ante a total falta de conjunto dos brasileiros. Aos 18 minutos, em último recurso, Luís Luz cometeu pênalti. Irragore bateu e fez 1 a 0. Aumentou a pressão espanhola. Langara, numa bela jogada, marcou o segundo, logo depois aumentou para 3 a 0.
Ante a perspectiva do fracasso total, o Brasil cresceu. Leonidas diminuiu o placar. Av reação aumentou. Luizinho marcou outro gol para o Brasil mas o árbitro anulou, assinalando um impedimento inexistente. Finalmente, Waldemar de Brito foi derrubado dentro da área, e ele mesmo se incumbiu da cobrança do penalti. Mas só depois do jogo, Waldemar iria saber que Zamora, o famoso quiper espanhol, assistira o único treino brasileiro e o vira bater dezenas de penaltis, todos no mesmo lugar. Sabia como agir. Assim, quando Waldemar gingou para um lado, Zamora jogou o corpo para lá; Waldemar bateu no canto e Zamora, muito vivo, pegou. Aí acabou o Brasil. Os espanhois cresceram de novo. Num último e desesperado esforço, a seleção brasileira ainda voltou à carga, obrigando o beque Quincoces defender, dentro da área, com as mãos. O juiz, porém, nada marcou. A foto desse penalti, claro, indiscutível, correu o mundo na ocasião. Mas o Brasil pagava, mais uma vez, por seus próprios pecados.
Salvaram-se Leonidas e Waldemar de Brito, louvados por toda a cronica especializada presente no campeonato. No fundo, entretanto, a mesma decepção de 30 marcou a nossa presença. Com aquele quadro, o que se podia fazer? Como seria a equipe de 1934, se fosseintegrada pelos maiores jogadores brasileiros da época? Formaria, certamente, com Rey, Domingos da Guia e Junqueira, Tunga, Fausto e Orozimbo, Luizinho, Waldemar de Brito, Leonidas, Romeu e Hércules. Um grande time, que jamais jogou.
Ficava provado, já naquela ocasião, que o único motivo que impedia o Brasil de ser campeão mundial era a desorganização, a eterna briga sem sentido, de que nunca conseguíamos sair. Enfim, a Copa era perdida aqui mesmo, fora dos campos de futebol. Daí a imagem quer perdura até hoje, mostrando que o Brasil estreou nos certames mundiais, derrotando a si mesmo, implacavelmente acima dos adversários e dos juízes.

Fonte: O Brasil na Copa do Mundo, Oferta do seu revendedor Esso (1966)

11 de junho de 2016

Maracanã: cinquenta e cinco anos de futebol



MARACANÃ: CINQÜENTA E CINCO ANOS DE FUTEBOL

Clóvis Campêlo

Construído para ser o palco do primeiro Campeonato Mundial de Futebol a ser ganho pelo Brasil, o que não aconteceu, o Estádio Municipal, como era chamado na época o Maracanã, foi inaugurado no dia 16 de junho de 1950 com o jogo em que a seleção paulista venceu por 3x1 ao escrete carioca.
A inauguração foi feita oficialmente pelo presidente Eurico Gaspar Dutra e pelo prefeito do Rio de Janeiro, general Mendes de Morais, contando ainda, entre outras, com a presença ilustre do pernambucano Barbosa Lima Sobrinho, especialmente convidado para o evento.
Apesar da derrota, coube ao time carioca marcar o primeiro gol no novo estádio, através do meio-campista Didi, que entraria assim para a história do novo campo. É claro que, ao longo da sua vitoriosa carreira, Didi marcaria outros tentos memoráveis naquele gramado, sendo destaque o famoso gol de folha-seca feito contra o Peru, nas eliminatórias de 1957, e que nos garantiu a classificação para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia.
Segundo a imprensa da época, na construção do monumental estádio foram gastos 564 mil sacos de cimento, 46 mil metros cúbicos de areias, mais de 10 milhões de quilos de ferro, 193 mil quilos de pregos e quase um milhão de tijolos. Ao todo, trabalharam na construção do estádio cerca de cinco mil operários. Depois de pronto, o estádio tinha 240 bilheterias, 45 bombonieres e 98 dependências sanitárias, comportando comodamente 150 mil pessoas.
Com exceção do segundo jogo contra a Suíça, em São Paulo, no dia 28 de junho, quando empatou por 2x2, a seleção brasileira efetuou todos os outros jogos da Copa de 50 no Estádio Municipal, onde marcou 20 tentos e sofreu apenas quatro. No dia 24 de junho, perante 180 mil torcedores, estreou goleando o México por 4x0. No dia 1º de julho, venceu a Iugoslávia por 2x0. Nos dias 9 e 13, aplicou duas sonoras goleadas: 7x1, na Suécia, e 6x1, na Espanha.
Não é de admirar, portanto, que o jogo final contra o Uruguai, no dia 16 de julho, quando perdemos por 2x1, tenha sido presenciado por mais de 200 mil pessoas. A cidade do Rio de Janeiro, na época Distrito Federal, tinha cerca de 2 milhões e 300 mil habitantes. Dez por cento da sua população foi testemunha ocular da trágica derrota.
Vale ainda salientar que foi no Estádio Municipal que o pernambucano Ademir de Menezes marcou os nove tentos que o consagraram como o artilheiro da Copa de 1950.
Consta que terminado o jogo final a multidão abandonava o estádio num silêncio fúnebre. De repente, possuída por uma revolta incontrolável, investiu ferozmente contra o busto do prefeito Mendes de Morais, entronizado na porta principal do estádio quando da sua inauguração. Derrubada, a estátua foi chutada pelas ruas da cidade até ser abandonada nas margens do rio Maracanã. Desde então o estádio passou a ser chamado pelo povo de Maracanã. A denominação persistiu até os dias de hoje, mesmo com o estádio tendo sido, posteriormente, rebatizado como Estádio Mário Filho.
No lugar da estátua do prefeito, à porta principal do estádio, existe hoje a imagem de Bellini, o capitão de 1958, erguendo triunfalmente a Taça Julles Rimet.

Publicado no Jornal do Commercio, Recife, 19.06.2005, Esportes, pág. 3.

Brasil 2 x 0 Panamá


BRASIL 2 x 0 PANAMÁ

A Seleção Brasileira não teve dificuldades para vencer o Panamá por 2 a 0 na noite deste domingo, no Dick’s Sporting Goods Park, em Denver, nos Estados Unidos, no último amistoso antes do início da Copa América Centenário. Os gols da equipe foram marcados pelos atacantes Jonas, do Benfica, e Gabriel, do Santos, um em cada tempo.
A facilidade do confronto foi tamanha que o 2 a 0 acabou aquém do esperado para os brasileiros. Mesmo desperdiçando algumas chances, a produção ofensiva não correspondeu às expectativas pré-jogo, principalmente do técnico Dunga, que apostou em um estilo ofensivo e aumentou a capacidade de atacar ainda mais com as substituições. Atrás, ajudado pela falta de qualidade do rival, o time só teve pequenos problemas nas bolas paradas.
O Brasil agora se concentra na disputa da Copa América Centenário, com estreia marcada para o dia 4 de junho, sábado, na cidade de Pasadena. O duelo contra o Equador está marcado para as 23h (de Brasília) e abre a disputa no Grupo B, que ainda conta com Peru e Haiti. Na chave D, os panamenhos terão pela frente a Bolívia na estreia, mas ainda encaram Argentina e Chile.
No torneio, o segundo oficial de Dunga desde que reassumiu o comando da equipe (afora a disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo), o time ainda terá os reforços do lateral esquerdo Filipe Luís e do volante Casemiro, que jogaram a final da Liga dos Campeões da Europa, no sábado. Rafinha, com uma lesão muscular na coxa, ainda pode ser cortado. Seu provável substituto seria o atacante Gabriel Jesus, do Palmeiras.

Começo bom, mas sem empolgação

O primeiro tempo parecia destinado a mostrar uma goleada do Brasil devido aos primeiros dois minutos, tempo que demorou para o placar ser aberto. O gol, por sinal, saiu em uma bela jogada trabalhada, com participação de sete atletas diferentes. Luiz Gustavo tocou para Coutinho, que jogou para Renato Augusto, na entrada da área. O meia rolou para Elias, que abriu para Daniel Alves, na intermediária. Ele cruzou e Douglas Santos, pelo lado esquerdo da área, evitou a saída da bola cruzando rasteiro para o meio. Elias foi travado por Baloy, mas Jonas, de canhota, chutou firme para marcar.
Na sequência, a Seleção poderia ter ampliado com facilidade, tanto pela frágil defesa do rival quanto pela qualidade demonstrada pelo setor ofensivo. Primeiro Philippe Coutinho evitou a saída de bola já dentro da área, pela esquerda, saiu com muita facilidade da marcação adversária e chutou quase sem ângulo, exigindo boa defesa de Penedo.
Na sequência, aos 20 minutos, Daniel Alves abteu falta de longe e acertou o ângulo esquerdo do goleiro panamenho, mas o arqueiro praticou bela defesa. Depois, com facilidade para armar o jogo, Renato Augusto resolveu se aventurar na frente e quase deixou o seu. Willian cruzou na segunda trave, da direita para a esquerda, e o armador entrou livre cabeceando, mas mandou para fora.
Fraco na armação e na marcação, o Panamá conseguiu sobreviver aos primeiros 45 minutos sem sofrer gols e resolveu ir à frente pouco antes do intervalo, apostando nas bolas alçadas na área. Na mais perigosa, já aos 43, Baloy ganhou dos zagueiros e cabeceou com perigo, mas não conseguiu igualar o marcador.
Dunga não pode ouvir nas análises da partida que faltou ousadia nas suas mudanças. Talvez incomodado com o placar magro diante de um rival tão fraco tecnicamente, ele promoveu a entrada de Hulk no lugar do volante Luiz Gustavo logo de cara. Dessa forma, Renato Augusto foi deslocado para a função de segundo volante, Elias para a de primeiro, e o atacante passou a formar dupla com Jonas.
A aposta do comandante quase foi justificada aos 12 minutos do segundo tempo. Philippe Coutinho, dessa vez pelo lado direito, ganhou a jogada dentro da área e, antes da bola sair, descolou cruzamento na medida para Hulk. Sem qualquer marcação, no entanto, ele cabeceou fraco, no alto, nas mãos do goleiro Penedo, que voltava para fazer a defesa.
Com vontade de observar o maior número possível de atletas, o treinador então resolveu acionar a dupla santista Lucas Lima e Gabriel. Mesmo sem grandes lances, os dois conseguiram aumentar a produção ofensiva e, quase que naturalmente, tiveram chances de concluir. A primeira, muito bem aproveitada, foi de Gabigol, aos 28 minutos. Após bola rebatida, na parte da direita da área, ele dominou e tocou de chapa, no canto oposto, rasteiro, sem chances para Penedo.
Até o final do jogo, Dunga ainda aproveitou para dar ritmo aos olímpicos Fabinho e Rodrigo Caio, além do experiente Kaká. Já em um ritmo mais lento do que o resto do jogo, os três tiveram poucas oportunidades para aparecer. Na melhor, o meia, campeão da Copa do Mundo em 2002, dominou dentro da área, girou e chutou no canto, mas Penedo defendeu e assegurou o 2 a 0.

FICHA TÉCNICA

BRASIL : Alisson; Daniel Alves (Fabinho), Gil, Miranda e Douglas Santos; Luiz Gustavo (Hulk), Willian (Lucas Lima), Elias, Renato Augusto (Rodrigo Caio) e Philippe Coutinho (Kaká); Jonas (Gabriel). Técnico: Dunga.

PANAMÁ : Jaime Penedo, Adolfo Machado, Felipe Baloy, Roderick Miller e Luis Henriquez (Pimentel); Gabriel Gómez, Amílcar Henríquez (Godoy), Armando Cooper (Quintero), Miguel Camargo (Arroyo) e Ricardo Buitriago (Cummings); Luis Tejada (Blas Pérez). Técnico: Hernán Darío Gómez.

Local: Estádio Dick’s Sporting Goods Park, em Denver (Estados Unidos) . Data: 29 de maio de 2016 (Domingo) . Horário: 22h30(de Brasília). Árbitro: Armando Oviedo (Honduras). Assistentes: Jesús Álvarez e Omar Zeron (ambos de Honduras). Cartões amarelos: Amílcar Henríquez e Godoy (Panamá); Willian, Daniel Alves, Miranda e Gil (Brasil). Gols: BRASIL: Jonas, aos dois minutos do primeiro tempo, e Gabriel, aos 28 minutos do segundo tempo.

Fonte: Esportes Terra

10 de junho de 2016

Domingos da Guia quer ver Ademir na Seleção


DOMINGOS DA GUIA QUER VER ADEMIR NA SELEÇÃO

Eliomário Valente

Rio (Sport Press) - “O que fazem com meu filho é pura maldade, pois o futebol que ele tem garante lugar em qualquer seleção do mundo. Mas o chefe da Cosena, sr. Paulo Machado de Carvalho, não nutre simpatia por meu filho e por isso, só por isso, ele não é convocado para a seleção brasileira. Ademir da Guia nunca poderia deixar de ser convocado para a seleção. Ele é uma nova edição de Didi – o mesmo jogo, a mesma classe, a mesma malícia. Só o dr. Paulo não reconhece isso” - quem fala com toda essa veemência é o famoso zagueiro do passado, Domingos da Guia, de uma geração de craques que brilharam na constelação dos grandes astros do futebol brasileiro e pai de Ademir da Guia, do Palmeiras.

Política na Seleção

Domingos da Guia analisa as últimas convocações, afirmando que a Cosena faz muita política na seleção brasileira. “Nem sempre os melhores foram chamados – disse – e há muito apadrinhamento. Até agora não consegui encontrar explicações para o caso do Palmeiras, um dos maiores times do Brasil e que, entretanto, só deu dois jogadores à última seleção e, entre eles, não figurou Ademir da Guia, por seu excelente futebol. Não por ser meu filho. Por que foram convocados quatro jogadores do São Paulo? Domingos também não entendeu, até agora, a escalação de três canhotos no meio-de-campo, e aponta a sua solução: Gérson, Ademir da Guia e Rivelino ou Tostão.

História antiga

Explicando o porque da não convocação de seu filho. Ademir, Domingos diz que é por puro capricho do sr. Paulo de Carvalho. “Tudo começou quando, formada a seleção de novos, Ademir foi convocado. Num determinado dia ele obteve licença para deixar a concentração e ir ao aeroporto para receber sua atual mulher que chegava de Santiago do Chile. O avião atrasou. Ademir chegou fora da hora marcada para o seu regresso e o chefe da seleção paulista o desconvocou. Até aí, aceito a disciplina rígida. Mas não posso perdoar o comentário do sr. Paulo, que disse a amigos, que jamais convocaria Ademir para uma seleção brasileira que tivesse sua participação de mando. Infelizmente é isso que vem acontecendo.

Calendário é problema

Analisando a atualidade do futebol brasileiro, Domingos da Guia protesta contra o calendário que obriga a seleção a treinar sexta-feira para jogar domingo. “Ou mudamos o calendário ou então é melhor nem embarcar para o México, pois não é possível formar um time sem o necessário treinamento. Ou será que o futebol de hoje não é conjunto? Calendário ainda é o grande mal do futebol brasileiro”.
“Embora errado no terreno das convocações, o Brasil está certo na tática que pretende adotar na seleção: o 4-3-3, com suas variações, ainda é a melhor tática”.
Finalmente, Domingos da Guia, com sua experiência, dá um conselho aos jogadores de hoje: “Procurem conhecer as regras do futebol, cuidem-se, apliquem a inteligência que possuem. Domina o campo quem tem cabeça fria para medir o espaço.

Fonte: Diario da Noite, Recife, 08/01/1969

Brasil 0 x 0 Equador


BRASIL 0 x 0 EQUADOR

Mário Fontes

Sob os olhares de Neymar, o Brasil não fez uma boa exibição na estreia na Copa América Centenário. Os brasileiros empataram com o Equador por 0x0 no Rose Bowl, em Pasadena. A equipe canarinha pouco fez durante a partida, e pecou nas finalizações.
O Equador começou dominando a posse de bola, propondo mais as ações de ataque na primeira etapa. Contando com uma equipe veloz, chegou com perigo aos quatrominutos, com Miller Bolaños, do Grêmio. O Brasil revidou aos cinco, quando Philippe Coutinho quase marcou, fazendo com que o goleiro Dreer praticasse uma grande defesa. Depois da correria incial, a Seleção Brasileira controlou o ritmo da partida, se movimentando bem no ataque, e valorizando a posse de bola.
Apesar disso, a equipe canarinha não foi bem nas finalizações, chegando próximo à área, mas sem levar perigo ao gol do goleiro equatoriano. O time do Equador pouco fazia ofensivamente, apostando nos contra-ataques, mas errando muitos passes. Com poucos chutes a gol, o placar do primeiro tempo terminou em 0x0.
Na segunda etapa, o Brasil continuou a dominar as ações ofensivas, mas não arriscava chutes. Dunga tentou melhorar o ataque da equipe, colocando Gabriel "Gabigol" no lugar de Jonas. Aos 20 minutos, um susto dado pelos equatorianos. Pela ponta, junto à linha de fundo, Miller Bolaños cruzou, e Alisson colocou a bola para dentro. Enquanto toda a comissão técnica equatoriana comemorava o gol, o árbitro cancelou o gol, alegando que a bola havia saído durante o cruzamento.
Com excesso de bolas tocadas, mesmo com as alterações promovidas por Dunga, o Brasil pouco mudou no quesito da finalização. Trocando muitos passes em frente à área, o goleiro Dreer, do Equador, não fez defesas difíceis. Sem ter boa atuação no segundo tempo, as duas equipes não marcaram gols, terminando a partida em 0x0.
A próxima partida da Seleção será na quarta-feira (08), contra o Haiti no Citrus Bowl, em Orlando, às 20h30. Será válida pela segunda rodada do grupo B.

FICHA DO JOGO

BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Gil e Filipe Luís; Casemiro, Elias (Lucas Lima, 40'ST), Renato Augusto, Willian (Lucas Moura, 30'ST) e Coutinho; Jonas (Gabriel, 16'ST). Técnico: Dunga.

EQUADOR: Dreer, Paredes, Mina, Achilier, W.Ayovi, Gruezo, Noboa, J. Montero (Fidel Martinez, 35'ST) , A.Valencia, Miller Bolaños (Gaibor, 46'ST) e Enner Valencia (J. Ayovi, 35'ST). Técnico: Gustavo Quinteros.

Local: Rose Bowl, Pasadena, Estados Unidos. Cartões amarelos: Casemiro (Brasil, 17'), Elias (Brasil, 34'), Gil (Brasil, 38') / Paredes (Equador, 01'ST), Enner Valencia (Equador, 30'ST), Jaime Ayovi (Equador, 40'ST).

Fonte: Folha de Pernambuco, Recife, 04/6/2016

9 de junho de 2016

Gilmar - A vez agora é de outro


GILMAR – A VEZ AGORA É DE OUTRO

Trinta e oito anos de idade, treinando apenas por hábito, Gilmar parou com a seleção e condena os erros que existem na formação da Canarinha desde 66. O goleiro bicampeão do mundo acha que chegou a hora de torcer, somente torcer pelo sucesso do Brasil na próxima Copa do Mundo, deixando que Picasso, Félix e outros bons arqueiros ocupem o posto que ele honrou em duas Copas, 58 e 62, e somente não conseguiu sucesso em 66 por culpa dos cartolas que não souberam, sequer, acertar na convocação dos jogadores. E a desorganização reinante foi que levou a Canarinha ao fracasso.

Gilmar, arqueiro bicampeão mundial de futebol, vê com poucas possibilidades as condições do Brasil chegar as eliminatórias, caso prossiga a mesma política de escravidão dos craques a sistemas pré-determinados.
- “Nem sempre há um Zagallo para um perfeito 4-3-3, a exemplo do que aconteceu em 1958”.
Em 1966 houve muitos erros e Gilmar aponta-os, criminando a indefinição de uma equipe base quando se chegou em Londres, ocasionando intraquilidades maiores. O ídolo, com seu individualismo, é condenável sob todos os aspectos e Gilmar cita Vavá, Bellini e Orlando, que “não fora, rigorosamente ídolos”.
Gilmar foi chamado a integrar o selecionado brasileiro no ano passado, dentro dos preparativos para 1970, recusando-se mesmo depois das justificativas de que Picasso e Lula não se encontravam bem. Longe de ambição, o arqueiro fez ver que Cláudio era o dono da posição no Santos e merecia melhores chances.
- “Se voltarem a insistir, poderei cooperar, mas volto a dizer que é chegada a vez dos outros”.
Atualmente com seus 38 anos de idade, acredita que seu tempo já passou e não dverá ter vez no próximo mundial de 70, no México. Seu nome vem sendo lembrado, mas ele continua a frisar que tanto Félix, como Picasso ou Lula tem condições de defender o arco brasileiro.
Segundo Gilmar, o cansaço não vem sendo a causa do mal que querem atribuir a atual seleção brasileira, preferindo partir para a tese da saturação de bola. Depois de afirmar não haver motivos para a primeira das razões, explica que o mal é cansaço, mas cansaço de bola.
- “O jogador brasileiro já entra na seleção cansado de tanto jogar sem parar”.
- “A bola está a causar pavor, tédio e saturação afinal, porque não se para de jogar, quer em torneios, campeonatos e taças. Nas Copas de 58 e 62 as coisas foram dosadas de maneira ideal. Depois da convocação, tivemos quase um mês sem ver a cor da bola, alimentado-nos apenas de treinamentos físicos e quando entramos no campo das disputas da Copa a fome pelo balão era notada em todos, indistintamente”.
Explica ainda o famoso guardião que a experiência é sempre válida para o êxito do jogador de futebol:
- “Por mais craque que ele seja há sempre algo mais a aprender”. As tendências do craque, no seu entender,precisam ser modeladas, sempre em função da equipe. Cita que sempre procurou imitar os arqueiros que pensava servirem de modelo para ele. Oberdan, Barbosa e Castilho são alguns deles, frisando também que isto não se constituía humilhação para ninguém.
Apresentando-se saudoso, Gilmar relembra os dias memoráveis do selecionado brasileiro. Os anos de 58 e 62 não saem do seu pensamento e ele enfatiza: “Aquela seleção refletia os anseios de milhões de brasileiros que sofreram com os ouvidos colados ao rádio. Organização e comando, tudo era perfeito, principalmente a necessidade que tínhamos de causar decepções nos que em nós confiavam”.
Os sistemas táticos são condenáveis, principalmente por considerar que se está desprezando uma qualidade nata do jogador brasileiro: a improvisação.
- “Enquanto os outros estão procurando copiar, através de filmes a maleabilidade do jogador brasileiro, nós estamos a desprezar esta qualidade inerente e indispensável ao futebol. O craque brasileiro está escravizado a sistemas. Estes devem nascer espontaneamente, de acordo com as características dos nossos craques, como aconteceu em 58. O 4-3-3, adaptado àquela época era válido porque tínhamos um Zagallo”.
Os erros de 66, de conformidade ainda com Gilmar, não devem ser repetidos. Diz que faltou naquele ano uma equipe base nos treinamentos, tendo em vista a convocação de 40 jogadores. Chegou-se em Londres sem se saber o time que iria ser lançado. Finaliza dizendo que Vavá em 58 e 62 não era, na expressão máxima da palavra, ídolo. Bellini e Orlando também jamais o foram. Aos que se opõem à escalação de Tostão na ponta-esquerda, responde que quem é bom joga em todas as posições.

Fonte: Diario da Noite, Recife, 02/01/1969

Brasil 7 x 1 Haiti


BRASIL 7 x 1 HAITI

O Brasil fez o que se esperava nessa quarta-feira e goleou o Haiti por 7 a 1, no estádio Citrus Bowl, em Orlando. O placar, icônico por conta do vexame da Seleção para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, garantiu a primeira vitória da equipe no Grupo B da Copa América Centenário. Na estreia, o time canarinho não teve atuação de destaque e empatou por 0 a 0 com o Equador.
Antes do jogo ter início, a torcida brasileira deu mostra da insatisfação com o time e vaiou o técnico Dunga no anúncio da escalação. Mais uma vez escalada sem nenhum remanescente do 7 a 1 da Copa do Mundo, a Seleção foi muito superior ao adversário e fez três gols no primeiro tempo, com Philippe Coutinho (duas vezes) e Renato Augusto. Gabriel, Lucas Lima, Renato Augusto e Coutinho completaram o placar na etapa complementar, enquanto Marcelin descontou para o Haiti.
A facilidade em construir a goleada permitiu que Dunga testasse um esquema de caráter mais ofensivo no segundo tempo, com Lucas Lima no lugar de Casemiro. O volante do Real Madrid recebeu o segundo cartão amarelo no duelo e será desfalque na próxima rodada. Após levar o gol, contudo, o treinador teve mais cautela e trocou Elias por Walace, que possui características mais defensivas.
O Brasil jogará pela classificação no próximo domingo, contra o Peru, às 19h30 (de Brasília), em Foxborough. Apesar da vitória confortável diante do Haiti, o time terá de vencer o rival sul-americano para garantir a vaga nas quartas de final sem depender de outros resultados. O outro jogo do grupo, entre Equador e Haiti, está marcado para as 19h30, em Nova Jersey.

O jogo


A Seleção Brasileira teve domínio absoluto da partida e passeou no estádio Citrus Bowl. A primeira chance de gol surgiu aos dois minutos, em falta próxima à área que Willian chutou por cima da meta. Philippe Coutinho e Casemiro, aos seis e sete minutos, também subiram ao ataque e finalizaram com perigo.
A superioridade brasileira logo foi convertida em gol. Aos 13, Coutinho avançou pela esquerda e limpou a marcação antes de chutar no canto direito, sem chances de defesas para o goleiro Placide. Para aproveitar o embalo, Gil subiu após uma cobrança de escanteio e cabeceou por cima da meta, aos 20. Três minutos depois, Coutinho achou Renato Augusto dentro da área, mas o meia preferiu o domínio à finalização e desperdiçou grande chance.
Aos 28, Daniel Alves partiu em velocidade pela direita e cruzou para Jonas. O atacante trombou com a defesa haitiana e tocou para Coutinho, que estava na frente da meta e só teve o trabalho de empurrar para o gol. Em uma de suas melhores atuações pelo time canarinho, Coutinho voltou a chamar a atenção aos 31 minutos. Ele recebeu passe de Willian e invadiu a área pela esquerda, mas optou por cruzar para Jonas e mandou nas mãos de Placide.
O Brasil fechou a etapa inicial com mais um gol. Aos 34, Daniel Alves fez cruzamento preciso da ponta direita para que Renato Augusto cabeceasse para as redes. O Haiti tentou ameaçar aos 41, mas Alisson caiu com segurança e não deu rebote no chute de Jeff Louis.
Sem aprovar a atuação de Jonas, Dunga iniciou o segundo tempo com Gabigol comandando o ataque da Seleção. Aos três minutos, o santista surgiu em condições de finalizar no centro da área, mas Willian não viu o companheiro e optou por um chute cruzado que saiu para fora.
Não demorou muito para que outra chance aparecesse para Gabigol. Aos 13, Elias tocou para o atacante na ponta esquerda e viu o jovem chutar cruzado, fora do alcance de Placide. O quarto gol levou Dunga a adotar um caráter mais ofensivo, substituindo Casemiro por Lucas Lima. Aos 22, o meia do Santos mostrou ao que veio e completou para o gol um novo cruzamento feito por Daniel Alves.
O Brasil, no entanto, pecou ao dar espaços no campo de defesa. Nazon recebeu o passe pela esquerda, dentro da área, e chutou em cima de Alisson. O goleiro deu um rebote para o lado e permitiu que Marcelin descontasse, aos 24 minutos. O gol foi muito comemorado pelos torcedores – inclusive por brasileiros -, mas irritou Dunga. O técnico tirou o volante Elias de campo e promoveu a entrada de Walace, conhecido por se dedicar mais à marcação.
Gabigol, apesar de não se entender direito com os armadores, brigou com os haitianos aos 32 minutos e encontrou Willian na direita. O meia do Chelsea chutou forte, mas Placide conseguiu fazer a defesa. Aos 40, Renato Augusto avançou sem ser incomado e finalizou colocado, no canto direito de Placide, para anotar o sexto. Já nos acréscimos, Coutinho fez um belo gol e selou a goleada brasileira.

FICHA DO JOGO

Local: Estádio Citrus Bowl, em Orlando, na Flórida (Estados Unidos). Data: 8 de junho de 2016, quarta-feira. Árbitro: Mark Geiger (Estados Unidos). Assistentes: Joseph Fletcher (Canadá) e Charles Morgante (Estados Unidos). Público: 28.241. Cartões amarelos: Casemiro (Brasil); Goreux (Haiti). GOLS: Phillippe Coutinho, aos 13 e aos 28 minutos do primeiro tempo e aos 46 do segundo tempo, Renato Augusto, aos 34 do primeiro tempo e aos 40 do segundo tempo, Gabriel, aos 13 do segundo tempo e Lucas Lima, aos 21; Marcelin, aos 24 minutos do segundo tempo

BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Gil e Filipe Luís; Casemiro (Lucas Lima), Elias (Walace), Renato Augusto, Philippe Coutinho e Willian; Jonas (Gabriel). Técnico: Dunga.

HAITI: Placide; Alcénat (Maurice), Goreux, Genevois, Jérôme e Jaggy; Jean Alexandre (Hilaire), Lafrance, Marcelin e Jeff Louis; Belfort (Nazon). Técnico: Patrice Neveu.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 08/6/2016

8 de junho de 2016

Manga espera ser chamado para 70


MANGA ESPERA SER CHAMADO PARA 70

Rio (Sport Press, especial para o Diario da Noite) – Manga, o grande goleiro que o Botafogo cedeu ao Nacional, de Montevidéu, está no Brasil em gozo de férias, revendo amigos a matando saudades. Conta que tem acompanhado o movimento do futebol brasileiro através dos jornais e informações de amigos que vão ao Uruguai ou mesmo de cartas. Está satisfeito no Nacional onde encontrou ambiente excelente, o apoio indispensável do técnico Zezé Moreira e o estímulo de Célio, que no Uruguai é um ídolo.

Em grande forma

Manga diz que está em grande forma e cumpriu uma campanha altamente meritória no Uruguai: sofreu 4 gols em 14 partidas, índice que o coloca entre os valores de maior expressão do Uruguai, entre os goleiros.
Por tudo isso Manga tem esperança de poder ser útil à seleção brasileira, aspiração que para ele representaria uma reparação moral às injustiças de que foi alvo antes de ser “vendido ao Nacional por preço de banana”, com o que só o Nacional fez bom negócio.
“Só uma coisa me confortaria agora, uma espécie de reparação moral: ser convocado para a seleção brasileira. Seria um caso igual ao de Amarildo e Jair da Costa, que mesmo jogando na Itália, foram chamados pela CBD. Modéstia à parte, atravesso grande forma técnica e o melhor testemunho está na minha campanha. Quem quiser comprovar é só ler as crônicas dos jornais uruguaios sobre as partidas que joguei”.

Seleção sem goleiros
Manga diz que pelo que soube, a seleção brasileira ainda não conta com um bom goleiro.
“Não que os convocados não ganham grandes predicados. Mas percebi que não tem ainda a experiência necessária para formar no selecionado. Verifiquei, por exemplo, que tanto Alberto como Picasso, tomaram gols incríveis, por pura falta de cancha. Há uma regra primária dos goleiros que eles esqueceram: bola na área pequena é do goleiro. Falharam por falta de experiência”.

À disposição da CBD

“Desde que o comando técnico da seleção julgue que posso ser útil ao selecionado, estarei pronto a servir. O Nacional é um grande clube e tenho certeza de que não criaria dificuldades à minha vinda”.
Manga faz questão de salientar que não pretende criticar os goleiros convocados. “Apenas estou usando o que a imprensa comentou à respeito deles e que reputo ter sido apenas uma consequência da falta de experiência. Jogar num time é uma coisa. Na seleção é diferente e a experiência é fundamental”.

Defendeu um pênalti de “bicicleta”

Indagamos de Manga se era verdade que havia defendido um penalti de bicicleta. Ele riu e contou:
“Realmente. Mas não foi por gaiatice, nem por desrespeito ao adversário. É que não havia outra alternativa. Era a única jogada possível. Chovia, o campo estava molhado e escorreguei na hora do salto. Salvei-me pelo reflexo rápido e pude salvar o gol, com uma “bicicleta”.
Mas, conta outras situações que “tem divertido muito o público uruguaio”.
Defender bolas de cabeça e sair da área driblando até encontrar algum companheiro a quem possa passar a bola. Isso me valeu, inclusive, algumas entradas violentas de jogadores adversários que ficam com raiva”.
“Numa partida fui quase até a linha média, para entregar a bola e depois tive de voltar correndo para o gol. O outro time tinha recuperado e armou um contra ataque. Felizmente cheguei a tempo de fazer boa defesa”.

Volta ao Brasil

Manga revela que seu contrato com o Nacional vai até junho de 70.
“Então pretendo voltar ao Brasil para encerrar minha carreira aqui. Não sei qual será o clube. Apesar de muitos amigos que deixei no Botafogo, será o único que não mais desejo defender”. Finaliza a conversa manifestando seu contentamento pela volta de Mané Garrincha dizendo: “Acredito que em 70 ele será o titular da ponta-direita da seleção brasileira, porque não tenho dúvidas de que com o estímulo da torcida do Flamengo, voltará a ser insuperável”.

Fonte: Diario da Noite, Recife, 06/01/1969

O Brasil na Copa do Mundo de 1930


O BRASIL NA COPA DO MUNDO DE 1930

Thomáz Mazzoni

A situação do futebol brasileiro era boa, em 1930. Depois de quatro anos de cisão, surgira a pacificação em São paulo, fundindo-se a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e a LAF. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) estudava tranquilamente as providências para sua participação na primeira Taça do Mundo. O campeonato brasileiro de 1929 reunira a nata do futebol do Rio e de São Paulo, incluindo nomes da geração de 19, ainda na ativa. A seleção, jogando com o nome de Combinado Rio-São Paulo, não perdia há bastante tempo. Em 1928 e 1929 derrotara famosos clubes estrangeiros: o Motherwell, escocês, por 5 a 0; o Rampla Juniors, uruguaio, por 4 a 2; o Barracas, argentino, por 5 a 3; e o Ferencvaros, húngaro, por 2 a 0. Assim, com os mesmos craques daquelas jornadas, o Brasil poderia formar uma forte seleção. Vieram as convocações, e com elas, a troca de telegramas e ofícios que documentam a crise.
“CBD – Rio – 07/5/1930. Exmo. Sr. Presidente da APEA. Abraços. Apresso-me acusar recfebimento ofício dessa entidade participando patriótica decisão suspender, após 9 corrente, jogos campeonato futebol para disputa campeonato mundial. Tenho grande satisfação transmitir V. Exª. plena satisfação causada ato associação sua alta presidência, que aliás era esperado ante tradições benemérita filiada. Peço V. Exª. Fineza providenciar para jogadores estejam capital quinta-feira próxima, dia 12 corrente”.
Mas logo a seguir, o maligno espírito da velha rivalidade, sempre mal orientada, deveria se intrometer e arruinar tudo, exatamente como acontecera para os sul-americanos de 1920 e 1923. Paulistas e cariocas reiniciaram a briga regionalista e tudo foi por água abaixo. Assim, quando a CBD convocou os paulistas Clodô, Feitiço, Del Debbio, Serafino, Pepe, Filó, Heitor, Friedenreich, Araken, De Maria, Athiê, Grané, Luizinho, Petronilho e Nestor, a APEA negou-os. Mas explicou sua atitude num relatório oficial:
“Em princípio do corrente ano a APEA pleiteou junto à CBD a nomeação de um dos seus membros – o veterano Amílcar – de sua comissão de esportes para integrar a comissão da entidade nacional encarregada de organizar o selecionado. Essa pretensão da APEA foi mal recebida pela CBD que, primeiramente com protelações, afinal com a recusa franca, indeferiu nosso desejo. Nestas condições, a APEA, para evitar a continuação das humilhações pelas quais a CBD a fazia passar, recusou-se a cooperar com seus jogadores para a formação do selecionado brasileiro. Finalmente, a 12 de junho de 1930, chegou a resposta da CBD, declarando que não podia atender ao pedido da APEA porque seus estatutos fixavam em três os membros da comissão e estes já estavam nomeados; esqueceu-se, no entanto, o senhor presidente, que a CBD já havia aumentado para cinco os membros dessa comissão, nomeando ainda dois adidos à mesma”.
Era a crise. A CBD reuniu os jogadores de que dispunha e os enviou para Montividéu. Um único paulista se ofereceu – Araken Patuska – por estar sem clube na ocasião. Como seria formada a seleção, se todos se apresentassem? À base das atuações do Combinado, isto é: Athiê; Itália e Grané; Pepe, Fausto e Serafino; Filó, Petronilho, Friedenreich, Feitiço e De Maria. Era o time ideal, que a crise não deixou viajar. E o Brasil entrou em campo com Joel; Brilhante e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando; Poly, Nilo, Araken, Prego e Teófilo.
Fazia muito frio no dia do primeiro jogo. O adversário era a Iugoslávia, na época sem cotação internacional. Porém, tudo foi mal para os nossos. Acostumados a temperaturas baixas e com mais conjunto, os iugoslavos encontraram um rival sem confiança e desorganizado. Já no primeiro tempo venciam por 2 a 0. No segundo, numa pequena reação, os brasileiros chegaram a dominar, mas sem sorte. Fizeram um gol, por intermédio de Prego e só. Final: Iugoslávia dois a um.
A derrota deixou o Brasil sem chance de classificação. Restava o jogo com a Bolívia. Mudou-se o time e ele melhorou. Saíram Joel, Brilhante, Poly, Nilo, Araken e Teófilo, entrando, respectivamente, Veloso, Zé Luís, Benedito, Russinho, Carvalho Leite e Moderato. Como segundo colocado do grupo, porém, (venceu a Bolívia por 4 x 0, gols de Prego 2 e Moderato 2), o Brasil não passou à rodada seguinte. Entretanto, teria sido fácil vencer. Basta lembrar o que houve depois da Copa. A CBD convidou os escretes da França, dos Estados Unidos e da Iugoslávia para uma série de amistosos. O nosso Combinado venceu a Iugoslávia por 4 a 1, a França por 3 a 2 e os EUA por 4 a 3. Os americanos ainda perderam para o Botafogo (2 a 1), para o São Paulo (5 a 3) e empataram de 3 x 3 com o Santos; a França perdeu para o santos por 6 a 1, e a Iugoslávia perdeu para o Vasco por 6 a 1. Nada disso, porém, tirava a copa dos uruguaios, que unidos, organizados, já sob a legenda da Celeste, levantaram o título.
Esta série de resultados expressivos convenceu a todos que, brigando entre si, os brasileiros derrotaram a sua seleção antes mesmo de embarcá-la. Tivessem os dirigentes se entendido a tempo e evitariam o que aconteceu em Montividéu, onde, de positivo, ficou apenas a presença de Fausto dos Santos, considerado p melhor centro-médio do certame, sem apelidado A Maravilha Negra.

Fonte: O Brasil na Copa do Mundo, editado pela Esso do Brasil em 1966