25 de agosto de 2016

Rivelino, um craque como poucos


RIVELINO, UM CRAQUE COMO POUCOS

Nivaldo Esperança

Roberto Rivellino nasceu em São Paulo, no dia 1º de janeiro de 1946 e começou a jogar bola na rua Joaquim Guarani, onde morava um diretor do Esporte Clube Banespa. Impressionado com a habilidade do garoto, convidou-o para jogar futebol de salão no clube. Pela vontade do pai, o italiano Nicola, Rivellino foi fazer um teste na divisão de base do Palmeiras, à época treinado por Mário Travaglini. Por três vezes ele esteve no clube e na terceira vez foi dispensado sem sequer trocar de roupa. Quis o destino que, no domingo seguinte, o Esporte Clube Banespa tivesse uma partida decisiva contra o... Palmeiras. Rivellino acabou com o jogo e Mário Travaglini, que assistiu à partida na arquibancada, conversou com Nicola, tentando convencê-lo a levar o filho novamente ao clube. Tarde demais: ele já estava com tudo encaminhado para jogar no Corinthians, onde tornou-se o craque Rivelino, com um "l" apenas.
No segundo treino, o técnico José Castelli logo percebeu estar diante de uma joia rara e confirmou a permanência do garoto no Timão. Era o ano de 1963, e começava ali a trajetória vitoriosa do jogador. Quando estreou no time profissional do Corinthians, em 1965, Rivelino já era conhecido da torcida, que chegava para as preliminares para ver o moleque dos dribles elásticos, aprendido no futebol de salão, dos lançamentos precisos e dos potentes chutes, sempre com a perna esquerda. Em 22 de outubro de 1964, seu nome apareceu numa escalação pela primeira vez nas páginas do GLOBO, na coluna “Últimas de São Paulo”. No mesmo ano, ele foi convocado para disputar duas partidas amistosas pela Seleção Brasileira.
Rivelino jogou no Corinthians entre de 1965 até 1974, tendo conquistado um só título de expressão, o Torneio Rio-São Paulo de 1966. Agitado e nervoso no campo, fora era calado, tímido, dedicado à outra grande paixão, além do futebol: os pássaros, especialmente os curiós. Rivelino era ídolo de uma nação que assistia à fase de ouro do rival Santos, às jogadas geniais de Pelé, e amargava um jejum de títulos estaduais desde 1954.
Desse modo Rivelino sentia-se pressionado, pois quando o Corinthians perdia, ele era responsabilizado, mesmo após a consagração na Copa do México, em 1970, quando marcou 3 gols em 5 partidas, consolidou-se como grande jogador e seu chute ganhou dos mexicanos o apelido de “patada atômica”. Após 22 de dezembro de 1974, dia da final do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras, a pressão aumentou ainda mais. Havia um clima de grande otimismo por parte da torcida corintiana, mas o Timão perdeu por 1 a 0, e a culpa pela derrota, mais uma vez, caiu sobre as costas de Rivelino, que estava magoado e queria sair, respirar novos ares e, principalmente, provar que poderia fazer a diferença em outro clube. Assim, 471 partidas e 141 gols depois, estava decretado o fim do casamento entre o Corinthians e Rivelino.
No Fluminense, Francisco Horta foi eleito presidente do clube com o projeto de montar um supertime, tornar verdadeiro o lema “Vencer ou vencer”, sacudir não só o futebol do Tricolor como também o do Rio de Janeiro. A contratação de Rivelino foi o início da era da Máquina Tricolor. Em 1º de fevereiro de 1975, O GLOBO anunciava: “Rivelino assina em branco com o Flu por dois anos”.
A estreia foi em 8 de fevereiro, sábado de Carnaval, contra o Corinthians — a partida fazia parte da negociação que envolveu a compra do passe. Mais de 40 mil pessoas assistiram à vitória do Fluminense por 4 x 1, com 3 gols de Rivelino, que, ao ser substituído, declarou: “Coitada da Fiel (torcida do Corinthians). É a primeira vez que faço 3 gols em um jogo”.
Em 28 de abril, O GLOBO noticiou: “Rivelino dá a Taça (Guanabara) ao Fluminense”. O único gol, contra o América, saiu quando faltavam apenas 30 segundos para terminar a prorrogação. O Fluminense seria ainda Campeão Estadual em 1975. O clube aumentou a sua arrecadação após a contratação de Rivellino, porque todos queriam vê-lo jogar, e choviam convites para amistosos. O Reizinho do Parque se tornara o Curió das Laranjeiras.
Em 1976 , o Fluminense formou um excelente time, recheado de craques. O técnico era Mário Travaglini e o supervisor, Domingos Bosco. Com a melhor equipe, o Tricolor conquistou o bicampeonato estadual. E partiu para a disputa de um inchado Campeonato Brasileiro, com o objetivo de conquistar o título, para apagar a frustração de 1975, quando foi derrotado pelo Internacional, na semifinal.
Com um time melhor que o Corinthians, e tendo Rivelino à frente, a tarefa de vencer a semifinal parecia mais fácil desta vez. Mas Rivelino já dava sinais de nervosismo no vestiário, tanto que passou mal. Do lado corintiano, a Fiel torcida promoveu o que passou a ser chamado de Invasão Corintiana. Cerca de 70 mil alvinegros vieram ao Maracanã, após terem sido desafiados pelo presidente Francisco Horta. O Fluminense tinha a certeza da vitória, mas foi prejudicado pelo temporal que caiu antes e durante a partida, já que o seu time que era mais leve e jogava na base do toque de bola. Além disso, a Invasão da Fiel torcida, parece ter injetado no limitado time do Corinthians uma vontade incomum. E Rivelino?
Ele fez uma partida apática, tendo se omitido, na opinião de alguns. O fato é que o Fluminense fez o primeiro gol, sofreu o gol de empate e não teve forças para vencer. Terminado o jogo, veio a disputa de pênaltis e Rivelino recusou-se a fazer a cobrança. Criticado, ele chegou a dizer que era perseguido pela imprensa desde os tempos em que jogava no Corinthians. Em 1978, Rivellino foi novamente convocado para a Seleção Brasileira, participou da Copa da Mundo da Argentina, mas disputou três partidas sem marcar gols.
Rivelino jogou 158 partidas no Fluminense entre 1975 e 1978 e fez 53 gols. Nesse ano acertou a sua transferência para o El Helal, da Arábia Saudita, onde permaneceu entre 1979 e 1981, tendo sido Campeão da Copa do Rei e Bicampeão Nacional. Foram 57 partidas e 23 gols marcados. Desavenças com os dirigentes árabes fizeram com que Rivelino encerrasse a carreira em 1981, aos 35 anos.
Em agosto de 1975, o jornalista Maurício Noriega lançou “Rivellino”, a biografia do craque.


Fonte: Acervo O Globo

A Taça Independência


A TAÇA INDEPENDÊNCIA

A Taça Independência - também reconhecido como Mini-Copa - foi uma competição de futebol entre seleções nacionais patrocinado pelo Brasil como parte das comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil. O torneio foi realizado no período de 11 de junho a 9 de julho de 1972. Além do Brasil, disputaram-na países sul-americanos, europeus e as seleções da África e da Concacaf, totalizando 20 equipes.
Vários países convidados deixaram de participar em função de compromissos diversos. A final foi entre Brasil e Portugal, no Estádio do Maracanã, em 9 de julho de 1972. O Brasil sagrou-se campeão ao vencer por 1 a 0, gol de Jairzinho aos 44 minutos do segundo tempo.
O Brasil já não contava com Pelé, que havia se despedido da Seleção em 1971. Mas ainda tinha a base campeã na Copa do Mundo de 1970: Jairzinho, Tostão, Clodoaldo, Gérson e Rivelino, principalmente. O final foi a partida última de Gérson na seleção.
O time de Portugal era composto basicamente pelo time do Benfica: Eusébio, Jaime Graça, José Henrique, Humberto Coelho, Rui Jordão e Toni. Apesar da boa campanha portuguesa nessa oportunidade, o time não conseguiria classificação para as Copas de 1974 e 1978.
O iugoslavo Dusan Bajevic foi o artilheiro da competição com 13 gols marcados.

Fonte: Wikipédia

21 de agosto de 2016

Brasil 1 x 1 Alemanha


BRASIL 1 x 1 ALEMANHA

Alexandre Barbosa

Rio de Janeiro - Foi com muita emoção. Mas veio. O tão sonhado ouro olímpico no futebol veio para o Brasil. Após empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, a vitória veio nos pênaltis, e também não foi fácil. A partida só foi decidida na última rodada de cobranças, quando Weverton defendeu a cobrança de Petersen e Neymar fechou em 5 a 4 para a Seleção. O estádio do Maracanã tremeu com a comemoração. Um dia para ficar na história.
Muito concentrado, o Brasil foi muito bem taticamente no primeiro tempo. Renato Augusto foi posicionado pelo técnico Rogério Micale à frente zaga, fazendo um papel perfeito na saída de bola. A seleção foi um time bastante participativo, com os jogadores da frente chamando bastante o jogo, mas sem afobação. Quando era necessário, a equipe tocava a bola na defesa sem problemas.
A Alemanha veio posicionado para jogar nas brechas dadas pelo Brasil na sua defesa. Por algumas vezes, jogou nas costas dos laterais, chegando com perigo. O jogo era concentrado principalmente no lado esquerdo, com Bandt. A primeira grande chance da partida foi justamente com ele, que bateu colocado e acertou pelo primeira vez o travessão do goleiro Weverton.
O gol do Brasil veio em uma cobrança perfeita de falta, aos 27 minutos, com Neymar. O Maracanã veio abaixo com o lance. Na comemoração, o atacante saiu gritando: "Eu estou aqui" e correu para o camarote da sua família, onde Usain Bolt estava. Em homenagem ao tricampeão olímpico, o brasileiro fez o gesto do raio, eternizado pelo velocista jamaicano.
Durante o primeiro tempo, a Alemanha acertou mais duas bolas na tave, deixando o público no Maracanão atônito. Ao todo, foram três chances reais de gol alemãs que pararam no poste brasileiro, mostrando que a equipe não estava morta. E realmente não estava. No início da etapa final, Max Meyer empatou, finalizando bem, após jogada tramada pelo lado direito de ataque.
A Alemanha encaixou melhor o seu jogo no segundo tempo, tomando mais a iniciativa. O Brasil tentava sair nos contra-ataques rápido. Renato Augusto, o melhor em campo, organizava todas as jogadas. Empurrado pela torcida, a seleção voltou ao domínio da partida, da metade até o fim da segunda etapa. Chegou a criar chances de marcar o gol da vitória, mas não aproveitou, algumas claramente por causa da ansiedade.

Prorrogação


A decisão então foi para o tempo extra. O Brasil foi mais incisivo, enquanto a Alemanha tocou a bola no campo de defesa o máximo de tempo que pôde. Por várias vezes, acionaram o goleiro, formando uma linha de passe na sua defesa. Quando a seleção atacava, os alemães formavam linhas de marcação, tirando as opções de passe e dificultando bastante a chegada ao ataque.
Bastante cansado, com Neymar sofrendo com cãibras, o Brasil levou o segundo tempo da prorrogação na base da raça e da vontade. Enquanto a Alemanha insistia em tocar a bola, a seleção buscava o ataque. Voltou a criar chances para marcar e dar fim ao sofrimento, mas não aproveitou nenhuma. Não teve jeito. A decisão foi para os pênaltis.

Pênaltis


Nas cobranças de pênaltis, a Alemanha começou batendo, com Ginter, que marcou. Renato Augusto foi o primeiro brasileiro e cobrando no alto também fez. Na segunda rodada, Gnabry não cobrou bem, 
mas Weverton não segurou. Marquinhos por sua vez foi muito bem e deixou tudo igual. Batendo no lado esquerdo, Brandt fez o dele. Rafinha escolheu o mesmo lado para empatar novamente. Com força, sem defesa, Sülle marcou. Deslocando o goleiro, Luan marcou. Então entrou Weverton. Ele defendeu a cobrança de Petersen. Agora, caberia a Neymar fechar. O craque do Brasil não falhou.

Ficha do jogo


BRASIL: Weverton; Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos e Douglas Santos; Walace e Renato Augusto; Luan, Gabriel de Jesus, Gabriel (Felipe Anderson) e Neymar. Técnico: Rogério Micale.

ALEMANHA: Horn; Toljan, Ginter, Süle e Klostermann; Sven Bender, Lars Bender (Proemel), Brandt, Meyer e Gnabry; Selke (Nils Petersen). Técnico: Horst Hrubesch.

Árbitro: Alireza Faghani (IRA). Assistentes: Reza Sokhandan (IRA) e Mohammadreza Mansouri (IRA). Gols: Neymar (aos 27 do 1ºT), Max Meyer (aos 14 do 2ºT). Cartões amarelos: Zeca, Gabriel, (A) Selke, Proemel, Sven Bender e Süle.Público: 63.707.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 20/8/2016

20 de agosto de 2016

Brasil 1 x 2 Canadá


BRASIL 1 x 2 CANADÁ

A seleção feminina lutou, tentou buscar um jogo que parecia perdido e ficou perto de levar a decisão do terceiro lugar para a prorrogação nesta sexta-feira. Mas não deu. Nos 15 minutos finais, o Canadá segurou a pressão (das brasileiras e da torcida que lotou Itaquera) e venceu o Brasil por 2 a 1 em São Paulo, conquistando a medalha de bronze do futebol nos Jogos Olímpicos.
Prata nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, a seleção feminina tentava voltar ao pódio após ficar de fora das semifinais há quatro anos, quando perdeu nas quartas para o Japão. Mesmo sem o bronze, numa demonstração de apoio, a seleção feminina deixou o gramado aplaudida pela torcida.
Na disputa pelo terceiro lugar, o Canadá foi superior nos 90 minutos. Já no primeiro tempo, as rivais do Brasil foram mais organizadas como equipe, sobretudo no setor defensivo. A proposta de jogo estava bem clara: atacar o Brasil no contra-ataque, explorando as laterais do campo. O gol marcado por Rose, aos 24 minutos do primeiro tempo, foi exemplo dessa estratégia.
Ao desperdiçar uma bola no ataque, a seleção brasileira se viu desprotegida na defesa. Lawrence ultrapassou Fabiana e teve calma e o tempo necessário para cruzar a bola na área. Rose só tocou para as redes e abriu o placar.
Antes do gol, o Canadá havia acertado a trave em uma falta cobrada por Sinclair e também já havia criado chances de perigo, rondando a trave de Bárbara.
Já o Brasil tinha problemas de criação. Marta estava muito bem marcada e a seleção, salvo em bolas aéreas, não chegava nem perto do gol canadense. O resultado é que a seleção brasileira sempre teve mais a posse de bola, mas não o domínio do jogo.
Logo após a volta do intervalo, o gol de Sinclair aos sete minutos do segundo tempo, também fruto de uma jogada pelas laterais, tornou a partida mais complicada para o Brasil.
A equipe brasileira buscou o gol, foi obrigada a se expor na defesa, mas conseguiu diminuir. Aos 33 minutos, Beatriz aproveitou uma bola na área e fez o primeiro da seleção, encerrando um jejum de 412 minutos sem gols nesta Olimpíada. A partir daí, o Brasil buscou o empate até o fim, mas não conseguiu levar a partida para a prorrogação.

FICHA TÉCNICA

BRASIL: Barbara; Fabiana, Rafaelle, Mônica e Tamires (Érika); Thaisa, Formiga e Marta; Andressa Alves (Poliana), Bia e Cristiane (Debinha). Técnico: Vadão.

CANADÁ: Labbé; Bélanger, Buchanan, Zadorsky e Lawrence; Matheson (Schmidt), Scott e Fleming; Rose (Chapman), Sinclair e Tancredi (Beckie). Técnico: John Herdman.

Gols: Rose, aos 24 minutos do primeiro tempo; Sinclair, aos 7, e Beatriz, aos 33 minutos do segundo tempo. Árbitra: Teodora Albon (Romênia). Cartões amarelos: Andressa Alves, Marta e Rafaelle. Renda e Público: não disponíveis. Local: Estádio Itaquerão, em São Paulo (SP).

Fonte: Esporte IG.

19 de agosto de 2016

Brasil 6 x 0 Honduras


Fotografia de Rodrigo Clemente

BRASIL 6 x 0 HONDURAS

Alexandre Barbosa

Rio de Janeiro - Enfim, na semifinal, o Brasil conseguiu colocar em prática tudo aquilo que não vinha conseguindo nesta Olimpíada. Jogou bem, impressionou a torcida e conquistou uma vitória tranquila por 6 a 0 sobre Honduras, que havia eliminado a Argentina. Pela segunda vez consecutiva, a Seleção chega à final dos Jogos. Em Londres-2012, enfrentou e perdeu o ouro para o México, terminando com a prata. A decisão será no sábado, às 17h30, no mesmo local, o estádio do Maracanã.
A vitória foi um alívio pela maneira como aconteceu. O primeiro gol veio aos 15 segundos, fruto de uma marcação adiantada a partir da cobrança de meio de campo de Honduras. Neymar dividiu a bola com o goleiro e contou com a sorte para que ela voltasse para o gol. Nervoso, o jovem time hondurenho nem parecia aquele que eliminou a Argentina. Foi amplamente dominado, deixando o claro o abismo de qualidade que há entre as equipes.
O resto do jogo foi uma festa. No campo e na arquibancada. Os gols foram saindo com facilidade, empolgando a torcida na arquibancada. Mais de xx mil pessoas foram ao Maracanã, ontem, enfrentando o forte calor que assolou o Rio de Janeiro. Gabriel de Jesus, marcando duas vezes, fechou o placar no primeiro tempo em 3 a 0. Por causa do calor, o ritmo até o fim da etapa inicial caiu bastante.
No segundo tempo, o Brasil deu continuidade ao seu ritmo, porém, administrando bem o físico, devido ao calor. Num ritmo de mais toque, do que condução de bola que antes, a seleção foi chegando e os gols voltaram a sair. Marquinhos, após escanteio, Luan, em grande jogada de Gabigol pela direita do campo, e Neymar, cobrando pênalti, já nos acréscimos, marcaram, finalizando a goleada por 6 a 0.
No fim do jogo, em coro, o Maracanã disse o que espera na final olímpica. Os brasileiros pediam a Alemanha, que enfrenta a Nigéria pela outra semifinal. "Ô Alemanha, pode esperar, a sua hora vai chegar", gritavam os torcedores.

Ficha do jogo

BRASIL: Weverton; Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos e Douglas Santos; Walace e Renato Augusto (Rafinha); Luan, Gabriel de Jesus, Gabriel e Neymar. Técnico: Rogério Micale.

HONDURAS: Luis López; Jonathan Paz, Johnny Palacios, Allans Vargas (Óscar Salas) e Marcelo Pereira; Marcelo Espinal, Bryan Acosta (Allan Banegas) e Brayan García, Alberth Elis; Romell Quioto e Anthony Lozano (Jhow Benavídez). Técnico: Jorge Luis Pinto.

Estádio: Maracanã. Árbitro: Ovidiu Hategan (ROM). Assistentes: Octavian Sovre e Sebastian Gheorghe (ROM).

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 17/8/2016

O gol mais rápido da história olímpica


O GOL MAIS RÁPIDO DA HISTÓRIA OLÍMPICA

Cassio Zirpoli

As filas eram enormes nos portões do Maracanã, com milhares de torcedores tentando entrar, quando Neymar dividiu com o goleiro hondurenho e marcou o primeiro gol da Seleção Brasileira na semifinal olímpica. Em apenas 14 segundos o atacante abriu o caminho para mais uma decisão, em uma tranquila goleada por 6 x 0, na melhor apresentação da equipe após o início cambaleante. Sobre o lance, com o jogo iniciando às 13h num dia de sol forte no Rio de Janeiro, Neymar quebrou uma marca estabelecida nesta mesma Olimpíada.
Na primeira rodada do torneio feminino, a canadense Beckie balançou as redes em vinte segundos, superando o recorde de Oribe Peralta, algoz brasileiro na final masculina em Londres. O primeiro torneio olímpico masculino foi disputado em 1900, mas os gols só passaram a ser registrados pela Fifa com segundos (e não só minutos) a partir de 1976, em Montreal. Já a competição feminina, que integra a contagem do gol mais rápido, foi implantada em 1996, em Atlanta.
Antes da mudança, o gol mais rápido pertencia ao iugoslavo Galic, no primeiro minuto da final contra a Dinamarca, em 1960. O seu país venceu por 3 x 1.

Os gols mais rápidos nos Jogos Olímpicos*


14s – Neymar (Brasil 6 x 0 Honduras, 2016, masculino)
20s – Janine Beckie (Canadá 2 x 0 Austrália, 2016, feminino)
29s – Peralta (México 2 x 1 Brasil, 2012, masculino)

* Dados desde 1976

Será a quarta decisão olímpica da seleção masculina de futebol, repetindo as campanhas de 1984, 1988 e 2012, esta com o mesmo Neymar presente. Em todas, a prata. Desta vez, em casa, espera-se um desfecho diferente...

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 17/8/2016

18 de agosto de 2016

Brasil 0 x 0 Suécia


Fotografia de Buda Mendes

BRASIL 0 x 0 SUÉCIA

Hudson Nogueira

A seleção brasileira de futebol feminino fez um grande jogo, dominou as adversárias durante os 90 minutos e a prorrogação, mas foi derrotada nas cobranças de pênaltis. A equipe treinada por Vadão volta a campo no sábado, na Arena Corinthians, para disputar a honrosa medalha de bronze. A goleiro Lindahl garantiu a Suécia na disputa do ouro olímpico.
Marcação alta; domínio da posse de bola, passes rápidos e muita pressão sobre as suecas. Assim foram os primeiros 45 minutos da semifinal entre Brasil e Suécia. A seleção canarinho teve 70% com a bola nos pés. Formiga - uma cátedra no meio campo brasileiro - dava as cartas na articulação das jogadas que buscavam Marta.
A melhor do mundo trocava de posição, ams esbarrava na forte marcação sueca. As meninas treinadas por Vadão comandaram o ritmo da partida com uma intensidade incrível. Faltou um pouco de tranquilidade para acertar a última bola e abrir o marcador. Por sua vez, a equipe da bicampeã olímpica, Pia Sundhage, tentava arriscar a sorte em contra-ataques e lançamentos longos.
O placar zerado não traduziu o domínio brasileiro. Faltava balançar as redes e alegrar a massa de torcedores que, mais uma vez, encontrava filas quilométricas na entrada do Maracanã. A segunda etapa não foi muito diferente.

A superioridade brasileira seguia e enfrentava a forte compactação da Suécia e o sol carioca das 14h. Com exceção de Formiga, com seus joviais 38 anos esbanjava saúde e preparo físico em alto nível. Por mais que o Brasil jogasse em cima os 90 minutos, ss duas seleções faziam um duelo emocionante. Uma hora e meia de futebol era pouco. Ainda tinham 30 minutos de prorrogação.
A artilheira Cristiane veio para o jogo. O cansaço era veemente. O Brasil se afobava e errava passes na frente. A Suécia por pouco não abriu o placar com uma cabeçada de Schelin após cobrança de escanteio. A vaga seria decidida nas penalidades.
O futebol, esse fenômeno social em forma da prática do desporto não é lógico. Não é uma ciência exata. É cruel e castiga quando lhe convém. E foi impiedoso com as meninas comandadas pela melhor jogadora do mundo - Marta. Foi injusto com a vitalidade de Formiga e suas companheiras. A Suécia da Rainha de Ouros, Pia Sundhage, venceu nos pênaltis e disputará a final.
Já a seleção brasileira, resta o bronze que também vale muito. E valerá mais ainda se a CBF tiver um pouco de sensibilidade e passar a valorizar a praticado futebol feminino em nosso país, bem como o jornalismo esportivo dar o devido destaque que merecem essas atletas. O ouro olímpico não veio dessa vez. Mas o espírito de luta e determinação seguem firme com as meninas.

Fonte: Goal.Com

14 de agosto de 2016

Brasil 2 x 0 Colômbia


Fotografia de Miguel Schincariol

BRASIL 2 x 0 COLÔMBIA

Agência Estado

O Brasil está na semifinal do torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio. A Seleção garantiu a vaga ao superar o seu mais duro teste até agora e bater a Colômbia por 2 a 0, neste sábado, no estádio Itaquerão, em São Paulo, em um jogo em que teve de enfrentar a violência e o antijogo do adversário no primeiro tempo. Mas novamente comandando por Neymar, se impôs e agora no mínimo vai disputar a medalha de bronze. O sonho do ouro inédito, porém, está cada vez mais vivo.
Na quarta-feira, o Brasil joga por uma vaga na final contra Honduras - que ganhou da Coreia do Sul por 1 a 0, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte -, às 13 horas, no estádio do Maracanã, no Rio. Na Olimpíada de Londres, há quatro anos, as duas seleções se enfrentaram nas quartas de final e a Seleção então comandada pelo técnico Mano Menezes venceu por 3 a 2 após ficar duas vezes em desvantagem no placar.
O primeiro tempo deste sábado foi uma guerra. Teve discussão, empurra-empurra, xingamentos e até troca de socos entre jogadores reservas e membros das comissões técnicas das duas equipes. Tudo provocado pelos colombianos, que entraram em campo dispostos a tumultuar a partida com catimba e violência na esperança de tirar vantagem.
Assim, Neymar foi caçado em campo. Levou faltas seguidas, algumas desleais. Os colombianos se revezavam na hora de "bater". Em muitos lances, visavam o tornozelo direito do jogador, machucado no jogo contra a Dinamarca, mas que, após tratamento intensivo, não o impediu de ir a campo. Neymar também procurava o confronto e logo enfileirou vários adversários com cartões amarelos, apesar da falta de rigor do árbitro turco Cakir Cuneyt.
Neymar também teve momento de descontrole. Após receber falta dura de Lerma, irritou-se, assim como todos os brasileiros, com a falta de fair play dos colombianos no reinício do jogo e partiu à caça de um adversário. Encontrou Roa, deu-lhe um violento pontapé e levou cartão amarelo. A consequência foi uma confusão generalizada com titulares, reservas e integrantes da comissão técnica das equipes trocando empurrões e sopapos.
O primeiro tempo também teve futebol. E, neste quesito, o Brasil foi melhor. Com um dos atacantes se movimentando bem, Walace eficiente no desarme, os zagueiros jogando sério na maioria do tempo, fez um primeiro tempo mais eficiente que o da Colômbia, que tem jogadores habilidosos, rápidos e que tocam bem a bola.
Mas fazem muitas faltas. E em uma delas, sofrida por Gabriel Jesus (que também apanhou bastante), Neymar marcou o seu primeiro gol na Olimpíada e colocou o Brasil em vantagem, aos 12 minutos. Ele percebeu a barreira mal formada e bateu forte, de pé direito, à meia altura, sem defesa para Bonilla. Depois de 11 meses e oito partidas, Neymar voltou a marcar pela Seleção. Seu último gol, pela equipe principal, havia sido em um amistoso contra os Estados Unidos.
A Colômbia voltou para o segundo tempo alterada - dois jogadores com cartões amarelos foram substituídos - e assustou nos primeiros minutos. Mas logo o Brasil conseguiu responder, criando chances e teve até um pênalti (Balanta colocou a mão na bola em chute de Luan) não marcado a seu favor.
Ressalte-se que no segundo tempo o futebol prevaleceu. A Colômbia deixou de lado a violência e passou a procurar o jogo. E mostrou ser um bom time, com variações de jogadas e bom toque de bola. O Brasil continuava bem, mas o jogo ficou mais difícil. Então, o técnico Rogério Micale resolveu se precaver, colocando o volante Thiago Maia no lugar do apagado atacante Gabriel Barbosa.
A defesa ficou mais segura, mas faltava definir o jogo. Luan fez isso aos 37 minutos em grande estilo. Recebeu de Neymar, observou o goleiro adiantado e tocou por cobertura. O Brasil está na semifinal.

FICHA DO JOGO

BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto e Luan; Gabriel (Thiago Maia), Neymar e Gabriel Jesus (Rafinha). Técnico: Rogério Micale.

COLÔMBIA: Bonilla; Palacios, Tesillo, Balanta e Cristian Borja; Lerma, Barrios (Pérez) e Roa (Rodríguez); Pabón, Téo Gutiérrez e Preciado (Miguel Borja). Técnico: Carlos Alberto Restrepo.

Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP). Data: 13 de agosto de 2016, sábado. Horário: 22 horas (de Brasília). Árbitro: Cuneyt Cakir (TUR). Assistentes: Bahattin Duran (TUR) e Tarik Ongun (TUR)
Público: 41.560 pessoas. Cartões amarelos: Neymar (Brasil); Palacios, Lerma, Barrios, Preciado, Miguel Borja e Téo Gutiérrez (Colômbia). Gols: BRASIL: Neymar, aos 11 minutos do primeiro tempo, e Luan, aos 38 minutos do segundo tempo.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 14/8/2016

13 de agosto de 2016

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino


A SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL FEMININO

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino é a equipe que representa o Brasil nas principais competições internacionais femininas. Ocupa atualmente a sexta colocação do "Ranking Mundial de Seleções" da Federação Internacional de Futebol.
A Seleção Brasileira disputou sua primeira partida em 1986, quando enfrentou os Estados Unidos num amistoso internacional e foi derrotada por 2 a 1. Até hoje participou de todas as edições da Copa do Mundo Feminina e do Torneio de Futebol dos Jogos Olímpicos. Além disso disputa amistosos internacionais e outras competições como os Jogos Pan-Americanos, o Campeonato Sul-Americano de Futebol Feminino, e anualmente desde 2009 disputa o Torneio Internacional de Futebol Feminino.
A Seleção Brasileira de Futebol Feminino é a melhor seleção da América do Sul. Além disso, tem a melhor jogadora do mundo, Marta, camisa 10 e eleita por 5 anos seguidos pela FIFA (de 2006 a 2010) como a melhor jogadora de futebol do planeta.
É considerada uma das melhores seleções de futebol feminino do mundo. Apesar de ter pouco (e, muitas vezes, nenhum) apoio de dirigentes, torcida e imprensa, sempre está bem posicionada no Ranking da FIFA. Porém, não tem nenhum título expressivo de nível mundial.
Em 2007, o Brasil era uma das seleções favoritas ao título da Copa do Mundo de Futebol Feminino 2007 chegando pela primeira vez à grande final e obteve o 2º lugar, sua melhor colocação nessa competição até hoje. Antes da derrota na final para a Alemanha por 2 a 0, as jogadoras cantaram sua música, como fizeram antes do título Pan-Americano do Rio 2007. Porém, não teve sorte e perdeu.
Em 2008, a Seleção Brasileira participou dos Jogos Olímpicos de Pequim, a vaga para as Olimpíadas veio alguns meses antes dos Jogos num amistoso de repescagem contra Gana no qual o Brasil venceu por 5 a 1. O Brasil era uma das seleções favoritas para conquistar a medalha de ouro, a Seleção fez uma boa campanha derrotando adversárias fortes como Coréia do Norte na primeira fase, Noruega nas quartas de final e com direito a vitória por 4 a 1 sobre a então campeã mundial Alemanha na semifinal. A grande final foi contra a seleção dos Estados Unidos, o duelo foi equilibrado, o Brasil pressionou bastante, teve mais chances de gol e jogou melhor durante grande parte do jogo, mas acabou sendo derrotada pelas norte-americanas por 1 a 0 na prorrogação ficando com a medalha de prata.
Em 2011, a Seleção Brasileira disputou a Copa do Mundo de Futebol Feminino na Alemanha, treinada por Kleiton Lima a equipe que tinha jogadoras como Marta, Cristiane e Érika encerrou a primeira fase com 100% de aproveitamento e a melhor campanha dentre as 8 seleções que se classificaram para a segunda fase: 3 vitórias em 3 jogos, 7 gols marcados e nenhum sofrido. Nas quartas de final Brasil e Estados Unidos fizeram uma espécie de final antecipada, num jogo emocionante a partida terminou empatada por 1 a 1 nos 90 minutos do tempo regulamentar. Nos 30 minutos da prorrogação, novo empate por 1 a 1. O Brasil perdeu a vaga na semifinal e foi eliminada na disputa por pênaltis ganha pelas norte-americanas por 5 a 3.
Em 2012, o Brasil disputou amistosos internacionais e foi campeão de um torneio na Suíça derrotando Colômbia e Canadá. Nas Olimpíadas a equipe dirigida pelo técnico Jorge Barcellos era uma das favoritas à conquista da medalha de ouro após chegar a duas finais olímpicas seguidas. Na fase de grupos derrotou Camarões por 5 a 0 e Nova Zelândia por 1 a 0, no jogo contra a Grã-Bretanha foi derrotada por 1 a 0. Nas quartas de final, o Brasil foi derrotado pelo Japão por 2 a 0 (então campeãs da Copa do Mundo Feminina 2011), e foi eliminado. Foi a primeira vez desde Atlanta 1996 que o Brasil não chegou na fase semifinal do futebol feminino em Olimpíadas.
Em 2014, o Brasil faturou dois títulos: o Campeonato Sul-Americano de Futebol Feminino disputado no Equador além de garantir uma vaga na Copa do Mundo e nos Jogos Pan-Americanos de 2015 (as duas competições foram realizadas no Canadá) e o Torneio Internacional de Futebol Feminino em Brasília, numa das partidas derrotou de virada a seleção dos Estados Unidos por 3 a 2.
Em 2015, as meninas do Brasil participaram pela primeira vez da Algarve Cup em Portugal, o torneio serviu como preparação para o Mundial Feminino no Canadá, o Brasil não fez um bom papel: empatou em 0 a 0 com a China, ganhou da Suécia por 2 a 0 e perdeu para a Alemanha por 3 a 1 ficando fora da decisão e goleou a Suíça por 4 a 1 terminando em um modesto 7º lugar, antes do Mundial as meninas do Brasil foram derrotadas novamente pela Alemanha por 4 a 0 num amistoso internacional. Na Copa do Mundo do Canadá as brasileiras derrotaram Coréia do Sul, Espanha e Costa Rica por 2 a 0, 1 a 0 e 1 a 0 respectivamente na fase de grupos, nas oitavas de final sofreu seu primeiro gol no Mundial e foi derrotada pela Austrália. Após a eliminação no Mundial veio a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Toronto no Canadá e a conquista da medalha de ouro ao vencer todos os jogos e derrotar a Colômbia por 4 a 0 na final. Após o Pan de Toronto disputou alguns amistosos internacionais: foi derrotada pela França por 2 a 1 em setembro, em outubro disputou dois amistosos contra os Estados Unidos: no primeiro empatou em 1 a 1 em Seattle e foi derrotada no segundo por 3 a 1 em Orlando, disputou dois amistosos contra a Nova Zelândia perdeu o primeiro por 1 a 0 e venceu o segundo por 5 a 1 e encerrou o ano com o título da sétima edição do Torneio Internacional de Futebol Feminino realizado em Natal, Rio Grande do Norte.
Em 2016, durante a fase de preparação para os Jogos Olímpicos, as meninas do Brasil disputaram mais uma vez a Algarve Cup em Portugal, enfrentaram as seleções da Nova Zelândia, Portugal e Rússia, chegaram à final e foram derrotadas pelo Canadá por 2 a 1 ficando com o vice campeonato. Disputou mais dois amistosos contra o Canadá com uma vitória brasileira e uma vitória canadense.
Nas Olimpíadas 2016, o Brasil derrotou a China por 3 a 0, Suécia por 5 a 1 e empatou com a África do Sul por 0 a 0 na primeira fase, nas quartas de final derrotou a Austrália por 7 a 6 na disputa por pênaltis após empatar por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, na semifinal enfrenta novamente a Suécia em busca da primeira medalha de ouro olímpica do futebol brasileiro.

Fonte: Wikipédia

Brasil 0 x 0 Austrália


Fotografia de Alexandre Guzanshe

BRASIL 0 x 0 AUSTRÁLIA

Rodrigo Melo

Foi sofrido! Foi com muita garra, luta e uma intensa participação da torcida presente no Mineirão. O estádio lotado, com 52 mil pagantes, vibrou com cada lance da Seleção Brasileira e preparou a festa para comemorar a classificação para as semifinais dos Jogos Olímpicos do Rio. Aos gritos de “Eu acredito”, o público foi ao êxtase na decisão por pênaltis e pôde soltar o grito preso na garganta. Depois de um 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, o Brasil venceu a Austrália por 7 a 6 nas penalidades máximas e vai enfrentar a Suécia na busca pela medalha de ouro.
Bárbara foi a grande heroína brasileira no Gigante da Pampulha. A goleira defendeu a quinta cobrança australiana, após Willians pegar o chute de Marta. Coube então às mãos de Bárbara fazer a diferença pela segunda vez. A camisa 1 brasileira foi buscar a batida de Alanna Kennedy, em seu canto esquerdo, e garantiu a vaga ao Brasil. Na comemoração, as jogadoras brasileiras deram a volta no Mineirão, agradecendo a todos os torcedores presentes, que permaneciam no estádio, em uma catarse única que envolve o esporte.
O placar inalterado nos 90 minutos e na prorrogação não contou com exatidão a eletrizante partida entre Brasil e Austrália. A torcida apoiou o time feminino de futebol desde o aquecimento no gramado e criou a atmosfera perfeita para a vitória. Empurrando a Seleção Brasileira e vaiando o adversário – assim como a árbitra –, o público deu um show à parte e lavou a alma após a humilhante eliminação do Brasil na Copa de 2014 para a Alemanha com o histórico 7 a 1.

O Jogo
A Seleção Brasileira entrou nervosa, talvez temendo pelo 'fantasma' do 7 a 1. Com a pressão australiana no início, Marta e companhia precisaram se superar para que o jogo individual pudesse sobressair. Com o impulso das arquibancadas, a equipe do Brasil dominou as ações e criou diversas chances, com Debinha, Andressa Alves e Beatriz, além da própria capitã Marta. No entanto, a pontaria e uma incrível defesa de Lydia Willians, aos 45 do segundo tempo, levaram o jogo para a prorrogação.
Com as arquibancadas tomadas, na maioria por mulheres, a equipe do Brasil ganhava forças dos gritos de fora do gramado. Melhor em campo, a Seleção Brasileira teve mais oportunidades e foi para a decisão por pênaltis com o sabor amargo de quem poderia ter vencido. O que se viu no Gigante da Pampulha foi um jogo pegado, com muita intensidade física e muitas oportunidades de gol para ambos os lados. Em um chute de Chloe Logarzo, aos 40 da etapa final, a Seleção Brasileira, levou seu maior susto. Uma pancada, de longe, que explodiu no travessão e saiu por cima do gol.
O time australiano também teve boas chances, a maioria de bola parada. E contava com um adversário a mais: as vaias da torcida brasileira, que também pressionava a árbitra Carol Anne Chenard a cada lance marcado contra o Brasil. Da arquibancada veio outro show. Além da tradicional 'ola', o torcedor usou as lanternas dos celulares para apoiar a equipe brasileira, junto com o tradicional canto de 'eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor'.
O público no Mineirão precisou sofrer um pouco mais. E vibrava a cada lance brasileiro. Assim como sentia quando as australianas atacavam. A partida se tornou franca em golpes e contra-golpes. Com o esforço da veterana Formiga e o brilhantismo de Marta, a torcida se empolgava e empurrava.
A apreensão tomou conta do estádio e as oportunidades de gol aumentavam a cada minuto. O cansaço proporcionava erros de passes e marcação. Já no segundo tempo extra, os lances se tornavam cada vez mais perigosos. Mesmo temendo outra eliminação em casa, a torcida apoiava – e sofria – mais.
Em mais uma jogada brilhante de Marta, que puxou contra-ataque e deixou a zagueira no chão, a goleira australiana salvou mais uma vez. Foi o necessário para a torcida ir à loucura. O placar, no entanto, seguiu inalterado até o fim. A decisão só sairia nas penalidades máximas. Final: Brasil 7, Austrália 6 e vaga para as semifinais da Olimpíada.


FICHA DO JOGO

BRASIL: Bárbara; Fabiana (Poliana), Rafaelle, Mônica e Tamires; Thaisa (Andressinha), Formiga e Marta; Andressa Alves, Debinha e Bia. Técnico: Osvaldo Alvarez (Vadão).

AUSTRÁLIA: Lydia Williams; Catley (Logarzo), Alleway, Kennedy e Foord; Kellond-Knight, Gorry, Van Egmond, Kerr (Crummer) e De Vanna (Polkinghorne); Simon (Heyman). Técnico: Stajcic.


GOLS (PÊNALTIS) - Andressa, Andressinha, Bia, Rafaelle, Debinha, Mônica e Tamires converteram para o Brasil e Marta perdeu; Knight, Alleway, Van Ermod, Polkinghone, Heyman e Logarzo marcaram para a Austrália e Gorry e Kennedy perderam. CARTÕES AMARELOS - Marta e Alessandra Alves (Brasil); Alleway, Tamires, Foord e Kennedy (Austrália). ÁRBITRA - Carol Anne Chenard (Fifa/Canadá). RENDA - Não disponível. PÚBLICO - 52 mil pagantes. LOCAL - Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 13/8/2016

11 de agosto de 2016

Brasil 4 x 0 Dinamarca


Fotografia de Nélson Almeida

BRASIL 4 x 0 DINAMARCA

Agência Estado

A seleção brasileira finalmente estreou de fato nos Jogos Olímpicos do Rio, nesta quarta-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Jogou excelente partida, encontrou o caminho do gol após dois empates por 0 a 0, goleou a Dinamarca por 4 a 0 e se garantiu nas quartas de final. Passou no primeiro lugar do Grupo A e neste sábado enfrenta a Colômbia, segunda colocada do Grupo B, às 22 horas, no estádio Itaquerão, em São Paulo, por uma vaga na semifinal.
Neymar, criticado nas partidas anteriores pelo individualismo e mau futebol, desta vez merece destaque especial. Foi um jogador diferente. Fez muito do que dele se espera. Movimentou-se bastante, passou boa parte da primeira etapa como atacante mais adiantado, voltou para iniciar jogadas, tentou tabelas e deu passe. Deixou o individualismo em segundo plano. Mostrou-se solidário e jogou para o time.
Renato Augusto também teve a sua noite de redenção. Muito vaiado nas partidas disputadas em Brasília, desta vez foi aplaudido com entusiasmo ao ser substituto. Mereceu, pois fez grande partida. O técnico Rogério Micale surpreendeu ao escalar Luan no lugar de Felipe Anderson e manter Gabriel Jesus no time. Mas o que esperava ser o esquema 4-2-4, com quatro atacantes, na realidade continuou no 4-3-3. Isso porque Luan se preocupava em ocupar o espaço na meia e até Neymar fazia isso.
Gabriel Jesus retribuiu a confiança de Micale fazendo um excelente primeiro tempo. Jogou bastante pelo lado esquerdo, atacou e ajudou a defesa, quando possível. Faltava fazer o gol. No meio de campo, Renato Augusto enfim atuava bem, comandando o setor. E a defesa estava segura, mesmo diante de jogadores altos e fortes. Para isso, contribuiu a boa atuação de Walace, que substituiu o suspenso Thiago Maia e deu excelente proteção à defesa.
O Brasil era um time solidário. Não era fácil, porém, ultrapassar a forte e bem postada defesa dinamarquesa. Apesar da melhora na qualidade do passe e da objetividade, as chances eram poucas. A primeira foi em uma cobrança de falta, que Rodrigo Caio não conseguiu completar para o gol. Depois, Gabriel Jesus errou o alvo na frente do grandalhão (1,95 metros) Hojberg.
Havia domínio, mas faltava o gol. Demorou, mas saiu. Aos 25 minutos, em uma jogada com participação de Neymar, Douglas Santos cruzou e Gabriel Barbosa, por trás dos zagueiros, bateu no contrapé do goleiro. A vantagem trouxe alívio e confiança. Mas o time continuou concentrado. Gabriel Jesus ainda perderia grande chance, num contra-ataque em velocidade (um dos méritos nesta quarta-feira) com a participação do outro Gabriel, de Luan e belo corta-luz de Neymar.
Mas o garoto acabaria desencantando aos 39 minutos. Cruzamento de Luan da direita e ele emendou para as redes. Gol, explosão e choro. E alegria dos companheiros. Gabriel Jesus foi abraçado por todos os jogadores e por Micale, que comemorou seu gol como se fosse a conquista da medalha. Com dedicação, espírito coletivo, solidário e um bom futebol, o Brasil conquistou a torcida e saiu aplaudidíssimo do primeiro tempo.
A vantagem parcial fez o time se soltar de vez. No segundo tempo, o domínio brasileiro foi ainda maior. E a seriedade continuou. O terceiro gol não tardou a acontecer. Apenas quatro minutos, em uma jogada que teve belo passe em profundidade de Neymar, cruzamento certeiro de Douglas Santos e toque sutil de Luan - que, diga-se, fez ótima partida.
Pode-se dizer que a etapa final foi um massacre, tantas foram as oportunidades criadas. E perdidas, é verdade. Mas nesta quarta-feira não fazia falta. Neymar deu um susto aos 26 minutos ao, depois de lançar uma bola, pisar no pé de um adversário e torcer o tornozelo. Atendido, voltou a campo normalmente.
Ainda tinha tempo para mais um gol. E Gabriel marcou de novo, aos 34 minutos, levando o Brasil à goleada e à esperança de que o time pode evoluir bastante e se habilitar de fato a lutar pela inédita medalha de ouro.

Quartas de final

Mesmo com a goleada sofrida, a Dinamarca conseguiu a classificação como a segunda colocada do Grupo A, com quatro pontos. Isso graças ao empate por 1 a 1 entre Iraque e África do Sul, no Itaquerão. Assim os iraquianos ficaram com três pontos e os sul-africanos, com dois.
A fase de quartas de final será toda jogada neste sábado. Às 13 horas, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o clássico europeu entre Portugal e Alemanha. Quem passar deste confronto encara o vencedor de Nigéria e Dinamarca, que duelam às 16 horas em Salvador.
No outro lado da chave, o ganhador de Brasil e Colômbia jogará na semifinal contra quem passar de Coreia do Sul e Honduras, que jogam às 19 horas, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.


FICHA TÉCNICA

DINAMARCA: Hojbjerg; Puggaard (Kasper Larsen), Gregor, Edi Gomes e Mathiasen; Borsting (Nielsen), Maxso, Jonsson e Vibe; Larsen e Brock-Madsen (Skov). Técnico: Niels Frederiksen.

BRASIL: Weverton; Zeca (William), Rodrigo Caio, Marquinhos (Luan Garcia) e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto (Rodrigo Dourado) e Luan; Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus e Neymar. Técnico: Rogério Micale.

Gols: Gabriel Barbosa, aos 25, e Gabriel Jesus, aos 39 minutos do primeiro tempo; Luan, aos 4, e Gabriel Barbosa, aos 35 minutos do segundo tempo. Cartões amarelos: Maxso (Dinamarca); Gabriel Jesus (Brasil). Árbitro: Alireza Faghani (Fifa/Irã). Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 11/8/2016

10 de agosto de 2016

Brasil 0 x 0 África do Sul


BRASIL 0 x 0 ÁFRICA DO SUL

Agência Estado

Com metade do time poupado e sem eficiência nas conclusões, a Seleção Feminina de Futebol frustrou 38.415 expectadores na Arena Amazônia, em Manaus, ao ficar no 0 a 0 com a África do Sul, pelo Grupo E dos Jogos Olímpicos. Na noite desta terça-feira, Marta entrou somente no segundo tempo, mas não brilhou. Cristiane, ainda se recuperando de lesão, nem entrou em campo. Nas quartas de final, o Brasil vai enfrentar a Austrália, às 22h desta sexta-feira, no Mineirão.
Com 7 pontos, o Brasil garantiu a primeira colocação da chave - já estava classificado desde a rodada passada. A China ficou em segundo lugar, com quatro pontos. Com a mesma pontuação, a seleção da Suécia terminou em terceiro lugar. As duas seleções também avançaram na competição ao empatarem sem gols, também nesta noite, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O Brasil entrou em campo nesta terça-feira com seis reservas, da goleira Aline até a atacante Raquel Fernandes. Formiga também foi poupada e começou no banco de reservas, assim como Marta. A ausência da camisa 10 logo incomodou a torcida, que aos 2 minutos de jogo já gritava: "Marta, cadê você, eu vim aqui só pra te ver", o que se repetiu por mais duas vezes. Toda vez que a meia aparecia no telão, no banco, a torcida vibrava.
Em campo, a Seleção oferecia perigo à África do Sul e até chegou a acertar a trave em chute de longa distância de Debinha, mas o preciosismo e a falta de pontaria nas finalizações mantiveram o placar inalterado. No intervalo, o técnico Vadão resolveu atender aos pedidos da torcida e Marta foi a campo com o time no lugar da lateral-esquerda Tamires.
No início, a cada toque na bola da camisa 10 a torcida manauara delirava. Mas o tempo foi passando, as oportunidades iam sendo desperdiçadas e até Marta abusava dos erros. Talvez por cautela para evitar lesões, a Seleção parecia apática e até parecia sem determinação em alguns lances. A lateral direita Fabiana entrou aos 37 do segundo tempo e até animou a partida, chegando desperdiçar uma chance frente a frente com a goleira Barker.
Sem gols, a partida chegou ao fim e, depois de tanta festa na Arena Amazônia, algumas vaias se ouviram em meio aos aplausos maciços. Jogadoras como Beatriz e Andressa Alves ainda distribuíram autógrafos para a torcida após a partida.

Quartas de final

Com os empates na rodada final do Grupo E, as quartas de final do futebol feminino foram definidas. Serão quatro jogos nesta sexta-feira e o primeiro será entre Estados Unidos e Suécia, às 13h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Quem vencer pegará nas semifinais o ganhador do duelo entre brasileiras e australianas, que se enfrentarão às 22h, no Mineirão, em Belo Horizonte.
No outro lado da chave, o confronto entre China e Alemanha será às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Mais tarde, às 19h, Canadá e França duelam no Itaquerão, em São Paulo.

Ficha do Jogo

ÁFRICA DO SUL: Barker; Smeda, Matlou, Van Wyk e Vilakazi; Makhabane, Malherbe e Jane; Motlhalo (Mollo), Kgtlana (Dlamini) e Seoposenwe. Técnica: Vera Pauw.

BRASIL: Aline; Poliana, Bruna Benites, Mônica e Tamires (Marta); Érika e Thaísa (Fabiana); Andressa Alves, Andressinha e Debinha; Raquel. Técnico: Vadão.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 10/8/2016

8 de agosto de 2016

Brasil 0 x 0 Iraque


Fotografia de Evaristo Sá

BRASIL 0 x 0 IRAQUE

A Seleção Brasileira de futebol masculino permanece sem marcar nem sofrer gols nos Jogos Olímpicos. Neste domingo, no Mané Garrincha, o time dirigido por Rogério Micale repetiu o desempenho ruim da estreia contra a África do Sul e lamentou outro 0 a 0, desta vez com o nada tradicional Iraque e sob vaias mais intensas.
“Olê, olê, olá! Marta, Marta!”, chegou a gritar o público em Brasília, comparando o bom rendimento do futebol feminino do Brasil nas Olimpíadas com a fraca campanha dos homens. A hostilização aos atletas foi generalizada, porém, no princípio do segundo tempo, quem mais sofreu com a revolta popular foi o meia Renato Augusto.
O novo 0 a 0 não deixou o Brasil apenas em baixa com a sua torcida. Em situação delicada, o time anfitrião dos Jogos Olímpicos tem os mesmos 2 pontos do Iraque no grupo A da competição, atrás Dinamarca (4) e à frente da África do Sul (1), derrotada pelos dinamarqueses por 1 a 0 (com gol de Robert Skov) na partida preliminar.
A definição dos classificados da chave ocorrerá às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira. Na Fonte Nova, a Seleção Brasileira terá a chance de se redimir – talvez a última – contra a Dinamarca, enquanto Iraque e África do Sul duelarão em Itaquera.
O jogo – A Seleção Brasileira teve três dias para remoer a frustrante igualdade sem gols com a África do Sul em sua estreia nas Olimpíadas. Quando a partida contra o Iraque começou, no entanto, os problemas da equipe de Rogério Micale ainda eram os mesmos.
Havia muito espaço entre o setor criativo do Brasil e o afobado trio de atacantes formado por Gabriel, Neymar e Gabriel Jesus. O último deles continuava com a pontaria ruim – diante dos sul-africanos, desperdiçou uma oportunidade inacreditável, chutando a bola na trave com o gol escancarado.
Na defesa, mesmo que o Iraque tenha atuado retraído, o Brasil também assustava a sua torcida. Como aos 11 minutos, quando o atrapalhado goleiro Weverton saiu mal do gol, na tentativa de cortar uma cobrança de lateral de Ismail. Abdul-Raheem desviou a bola com a cabeça e quase acertou o alvo.
Assim como ocorreu diante da África do Sul, Neymar começou a se irritar com as adversidades. Reclamou de faltas duras e leves e abusou do individualismo em determinados momentos. Só fez a Seleção se aproximar do gol em jogadas de bola parada, após o seu time dar sinais de evolução em alguns lances pelos lados do campo.
Neymar quase marcou um gol olímpico aos 35 minutos – parou na defesa do goleiro Hameed. Pouco mais tarde, cobrou uma falta na barreira, e a bola sobrou para Renato Augusto girar e chutar forte. No travessão.
A chance criada não foi suficiente para evitar as vaias do público em Brasília no intervalo. O Brasil desceu para o vestiário apressado – e com um abatido Gabriel Jesus sendo consolado por Renato Augusto. Na volta para o campo, Luan estava no lugar do discreto Felipe Anderson, alteração também feita na primeira rodada.
Como a Seleção não melhorou, Micale promoveu outra mudança em menos de dez minutos, com Rafinha na vaga de Gabriel Jesus. A torcida queria que mais um jogador saísse – Renato Augusto, vaiado sempre que encostava na bola.
Com o meia do Beijing Guoan, da China, no gramado, o Brasil desesperou-se e desorganizou-se para abafar o Iraque de todas as maneiras. A torcida ainda deu uma trégua e tentou colaborar com a pressão nacional. Até Renato Augusto perder um gol sem goleiro nos acréscimos, justificando toda a indignação no Mané Garrincha. Aplausos, apenas para o Iraque.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Data: 7 de agosto de 2016, domingo. Horário: 22 horas (de Brasília). Árbitro: Ovidiu Hategan (ROM). Assistentes: Octavian Sovre (ROM) e Sebastian Gheorghe (ROM). Cartões amarelos: Thiago Maia, Douglas Santos e Rodrigo Caio (Brasil); Ali, Luaibi, Kareem, Hameed e Tariq (Iraque)

BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos (William); Thiago Maia, Renato Augusto e Felipe Anderson (Luan); Gabriel, Gabriel Jesus (Rafinha) e Neymar. Técnico: Rogério Micale.

IRAQUE: Hameed; Nadhim, Ali, Ibrahim e Ismail; Natiq, Adnan, Kareem (Tariq), Luaibi (Faez) e Attwan; Abdul-Raheem (Ahmed). Técnico: Abdul Ghani.

Fonte: Gazeta Esportiva, 07/8/2016

7 de agosto de 2016

Brasil 5 x 1 Suécia


Fotografia de Vanderlei Almeida

BRASIL 5 x 1 SUÉCIA

Agência Estado

Empurrada por um dos maiores públicos do Rio-2016, a seleção feminina de futebol conquistou a segunda vitória na Olimpíada. O time de Marta goleou a Suécia por 5 a 1, na noite deste sábado, no Engenhão, e garantiu a classificação antecipada para as quartas de final. Brilhou a dobradinha da capitã com Cristiane, que causou preocupação na torcida ao sair de campo com dores musculares.
O placar foi aberto por Beatriz, aos 21 minutos. Ela aproveitou um vacilo da defesa adversária. A Suécia teve um gol na sequência anulado por impedimento. O segundo gol veio num cruzamento de Marta para Cristiane, que finalizou de calcanhar. Aos 44, Cristiane foi derrubada por Eriksson. Marta bateu no canto direito, fazendo o terceiro da partida.
A capitã voltou a marcar aos 35 minutos do segundo tempo. Beatriz fechou a goleada aos 40 minutos. A Suécia tirou um pouco da graça da festa da torcida brasileira quando Schellin fez o gol de honra aos 44.
A torcida retribuiu a atuação de Marta com um sonoro: "Ah, é melhor que Neymar, é melhor que Neymar". No jogo de estreia, a atacante havia criticado a comparação em entrevista ao fim da partida. Ela e Cristiane são as artilheiras do time, com dois gols cada.

O jogo

A seleção começou o primeiro tempo com forte pressão, mas sem eficiência nas finalizações e permitindo contra-ataques. O primeiro perigo de gol partiu da Suécia aos 10 minutos. Asllani chutou fraco, dentro da pequena área, para a goleira Bárbara agarrar.
No segundo tempo, a seleção segurou mais a bola no seu campo, sem as arrancadas que empolgaram a torcida na primeira etapa. Formiga foi substituída aos 8 minutos da etapa final por Andressinha. Em seguida, aos 19, Cristiane sentiu lesão muscular e deixou a partida. Debinha entrou no lugar dela. Aos gritos de "olé" da torcida, a seleção passou a administrar o jogo, mas não faltou chapéu dado por Beatriz e dribles de Marta na pequena área.

Próxima partida

A seleção tem o melhor rendimento entre as 12 que disputam o torneio, com oito gols marcados e um contra. As brasileiras lideram o Grupo E, com seis pontos, seguidas das chinesas, com quatro, que na preliminar derrotaram as sul-africanas, que ainda não pontuaram, por 2 a 0. O time do Brasil encerra sua participação na primeira fase enfrentando a África do Sul, em Manaus, na próxima terça-feira. Suécia, com três pontos, e China completam a rodada em Brasília.
Organizadores estimaram que mais de 40 mil ingressos foram vendidos para o jogo. O público oficial presente no estádio, porém, não foi informado. A animação da torcida começou antes do início da partida, quando o time brasileiro entrou no campo para aquecer. Daí para a frente, a torcida se empolgou, com "olas" e palmas sequenciadas e cantou a segunda parte do hino, omitida pelo sistema de som. Teve também muito "Fora Temer" e vaia nas jogadas da Suécia.
O time dos Estados Unidos, sempre favorito, que ganhou quatro das cinco edições do torneio olímpico de futebol feminino, também venceu neste sábado ao superar a França por 1 a 0, no Mineirão, em Belo Horizonte. Foi a segunda vitória norte-americana no Rio-2016, o que também dá ao time a classificação para as quartas de final.
Em São Paulo, no Itaquerão, a seleção do Canadá também assegurou a classificação antecipada às quartas de final ao derrotar o Zimbábue por 3 a 1. 

FICHA TÉCNICA

BRASIL - Bárbara, Fabiana (Poliana), Monica, Rafaelle, Thaisa, Tamires, Formiga(Andressinha), Andressa Alves, Marta, Cristiane (Debinha) e Beatriz. Técnico: Vadão.

SUÉCIA - Lindahl, Berglund, Fischer, Eriksson (Andersson), Dahlkvist, Schelin, Asllani (Appelqvist), Jakobsson, Rolfo (Schought), Rubensson e Seger. Técnica: Pia Sundhage.

Local: Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro. Gols: Beatriz, aos 21, Cristiane, aos 24, e Marta (pênalti), aos 44 minutos do primeiro tempo. Marta, aos 35, Bia, aos 40, e Schelin, aos 44 minutos do segundo tempo. Árbitra: Lucila Venegas, do México. Cartões amarelos: Eriksson e Asllani.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 07/8/2016

6 de agosto de 2016

Recomendações médicas


RECOMENDAÇÕES MÉDICAS

Pedro Fonseca


RIO DE JANEIRO (Reuters) - O tricampeão mundial de futebol Pelé não acenderá a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 na noite desta sexta-feira devido a problemas físicos, afirmou um assessor pessoal do ex-jogador.
"Os músculos da perna que ele está fazendo fisioterapia ainda não estão fortes o suficiente", disse Pepito Fornos, assessor pessoal de Pelé, por telefone.
"Ele está andando de bengala. O problema é que se ele senta na cadeira precisa de um guincho para levantar", acrescentou. "O médico achou melhor ele continuar na fisioterapia, fazer repouso, e esperamos que no encerramento ele possa comparecer".
Pelé revelou na terça-feira que foi consultado pela organização dos Jogos sobre acender a pira olímpica na abertura da Rio 2016 no Maracanã, mas disse que precisaria consultar a empresa norte-americana que detém os direitos de sua marca sobre o assunto.
O assessor pessoal do ex-jogador disse que o contrato comercial com a empresa não seria um impeditivo à participação no evento, mas o tricampeão do mundo com a seleção brasileira ainda passa por fisioterapia após cirurgia realizada no quadril no fim do ano passado, em Nova York.
Pelé, de 75 anos, participou do revezamento da tocha olímpica na sacada do Museu Pelé, em Santos.
Eleito atleta do Século 20, Pelé nunca disputou uma Olimpíada porque em sua época jogadores profissionais de futebol não podiam disputar a competição. O ex-jogador costuma brincar que o Brasil nunca conquistou uma medalha de ouro olímpica no futebol porque ele não jogou.


Fonte: Yahoo Notícias

5 de agosto de 2016

Brasil 0 x 0 África do Sul


BRASIL 0 x 0 ÁFRICA DO SUL

Gazeta Press

Apesar de ter atuado com um jogador a mais desde os 14 minutos do segundo tempo de partida, quando Mvala foi expulso, a Seleção Brasileira não conseguiu estrear com vitória nos Jogos Olímpicos e acabou vaiada. A equipe comandada por Rogério Micale esteve pouca inspirada e ficou só no 0 a 0 com a África do Sul na tarde desta quinta-feira, no Mané Garrincha.
O resultado frustrante deixou o grupo A da Olimpíada embolado. Como Iraque e Dinamarca também empataram sem gols, mais cedo, todas as seleções da chave têm um ponto.
Tentando se reabilitar, o Brasil voltará a campo às 22h (de Brasília) de domingo, contra o Iraque, outra vez no Mané Garrincha. Na preliminar, Dinamarca e África do Sul irão se enfrentar.

O jogo

Após o Hino Nacional Brasileiro ser cantado pelo público presente no Mané Garrincha com uma empolgação semelhante à da última Copa do Mundo, dois anos atrás, a expectativa era de que a Seleção dirigida por Rogério Micale também entusiasmasse.
Assim que a bola rolou, contudo, o Brasil deixou bastante a desejar. Era a África do Sul o time que chamava a atenção com algumas jogadas de efeito, sem se intimidar com o fato de atuar contra o anfitrião e um dos favoritos ao título olímpico. Para piorar, o goleiro Weverton, substituto do cortado Fernando Prass, deu alguns sustos na torcida amarela.
Do lado brasileiro, até havia posse de bola, porém pouca criatividade. Os armadores Renato Augusto e Felipe Anderson não encontravam Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar, que se movimentavam pouco e mostravam-se inofensivos para a defesa sul-africana. Existia muito distanciamento entre o meio de campo e o ataque.

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Incomodado, Neymar começou a forçar jogadas individuais pelo lado esquerdo – chegou a levantar a torcida aos 28 minutos, com um chute de fora da área defendido de forma plástica pelo goleiro Khune, mas não foi além disso. Felipe Anderson ainda tentou ajudar, com finalizações de longa distância, quase sempre sem direção.
Sem alterações no intervalo, o Brasil procurou mudar a sua postura no segundo tempo. A equipe da casa agora atacava em bloco. E continuou exposta à ousadia sul-africana. Como aos três minutos, quando Dolly tabelou com Masuku e, com liberdade, concluiu forte e cruzado. A bola passou perto da meta.
A África do Sul sofreu um abalo aos 14 minutos, logo após substituir Masuku por Morris. Mvala acabou expulso pelo árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz porque cometeu uma falta em Zeca – antes, havia recebido o cartão amarelo por derrubar Neymar, que valorizou bastante o choque.
Para aproveitar o espaço que o Brasil ganhou, Micale apostou nas entradas de Luan e Rafinha nos lugares de Felipe Anderson e Renato Augusto. E quase comemorou um gol aos 24 minutos. Luan avançou pelo lado esquerdo da área e cruzou. A bola sobrou limpa para Gabriel Jesus, em posição duvidosa, abrir o placar, mas o palmeirense bateu na trave. Inacreditável.
A Seleção Brasileira aumentou a pressão depois de assustar a África do Sul, mas de maneira bastante desorganizada. A última ficha de Micale foi a troca de Douglas Santos por William. Também não surtiu efeito e a equipe saiu vaiada do gramado.

FICHA DO JOGO

Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Data: 4 de agosto de 2016, quinta-feira. Horário: 16 horas (de Brasília). Arbitragem: Antonio Mateu Lahoz (ESP). Assistentes: Pau Cebrian Devis (ESP) e Roberto Díaz Pérez (ESP). Cartões amarelos: Thiago Maia (Brasil); Mvala e Mathoho (África do Sul). Cartão vermelho: Mvala (África do Sul).

BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos (William); Thiago Maia, Renato Augusto (Rafinha) e Felipe Anderson (Luan); Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar
Técnico: Rogério Micale.

ÁFRICA DO SUL: Khune; Mobara, Mathoho, Coetzee e Modiba; Mvala, Mekoa e Motupa; Masuku (Morris), Dolly e Mothiba. Técnico: Owen da Gama.

Fonte: Diario de Pernambuco, Recife, 04/8/2016

4 de agosto de 2016

Brasil 3 x 0 China



Fotografias de Alexandre Brum / Agência O Dia

BRASIL 3 x 0 CHINA

Rio - Assim como em 2007, coube as meninas do Brasil fazerem a estreia do futebol no Engenhão e assim como no Pan, o resultado foi positivo. Diante da China, no primeiro jogo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a equipe verde e amarela começou com o pé direito e venceu as rivais da China por 3 a 0. Os gols foram marcados por Mônica, Andressa Alves e Cristiane. Com o resultado, a seleção brasileira assumiu a liderança do seu grupo na competição.
O Brasil está no grupo E do futebol feminino. Além da equipe verde e amarelo e da China, Suécia e África do Sul completam a chave. As meninas brasileiras voltam aos gramados no sábado, às 22 horas, contra a Suécia, novamente no Engenhão. No mesmo dia, às 19 horas, África do Sul e China se enfrentam.

O JOGO

Em casa com o amplo apoio da torcida no Engenhão, as meninas brasileiras não sentiram o peso da estreia nos Jogos Olímpicos e começaram pressionando a China desde o começo. A primeira boa jogada do Brasil aconteceu aos 13 minutos. Tamires fez bela jogada pela esquerda e cruzou na medida para Cristiane, a atacante pegou um mini voleio e obrigou a goleira Zhao Lina a fazer bela defesa.
Cristiane, inclusive, foi a melhor jogadora do Brasil nos primeiros 45 minutos. Aos 33 minutos, novamente ela quase marcou. Em levantamento para a área, a zaga chinesa falhou e a bola sobrou para a atacante, que tocou de esquerda, a bola só não entrou porque em cima da linha, Wang Shanshan salvou. No rebote, Formiga ainda finalizou para fora.
O gol brasileiro amadurecia e saiu aos 34 minutos. Em uma jogada um pouco confusa dentro da área, Mônica cabeceou, a bola passou pela goleira Zhao e pelas zagueiras da China antes de balançar as redes do Engenhão. O Brasil foi para cima e por pouco não fez mais um ainda antes do intervalo. Fabiano recebeu pelo passe de Formiga e cruzou na medida para Andressa Alves, porém, a atacante do Brasil não cabeceou bem e a bola saiu longe do gol.
A única chegada das chinesas no primeiro tempo aconteceu em uma confusão da defesa brasileira nos acréscimos. Após lançamento mal feito pelo time visitante, Fabiana recuou errado para a goleira Bárbara, a bola passou muito perto da trave brasileira, mas acabou indo para fora, para sorte da seleção.
As chinesas voltaram mais ligadas no segundo tempo, com a marcação mais adiantada. Porém, a primeira oportunidade foi brasileira. A zaga da China falhou e Beatriz avançou, porém, o a jogada brasileira errou duas vezes no cruzamento e o Brasil jogou fora uma grande oportunidade.
Até que aos 13 minutos, surgiu o talento de Marta. Em um belo contra-ataque a bola chegou na camisa 10, com uma jogada de velocidade, ela serviu bem Andressa Alves, que só escorou para ampliar a vantagem brasileira no Engenhão.
Mesmo com a vantagem, o Brasil seguia mais perigoso. Aos 18 minutos, Andressinha cobrou falta, a bola passou por todos mundo e assustou a goleira Zhao, antes de ir para fora. Logo depois, Marta quase marcou um golaço. Ela tabelou no meio-campo, passou por duas adversárias e chutou forte para boa defesa da goleira chinesa.
Vadão sacou Marta e Fabiana da partida e o Brasil diminuiu o seu ritmo. Só que ainda houve tempo para mais um gol. Andressinha cobrou falta e Cristiane apareceu para dar números finais a partida no Engenhão.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, Rio de Janeiro (RJ). Data/Hora: 3/8/2016, Às 16h. Árbitra: Carol Anne Chenard (CAN). Cartões amarelos: Wu Haiyan (CHN). Gols: Monica, 35'/1ºT (1-0); Andressa Alves, 13'/2ºT (2-0); Cristiane, 45'/2ºT (3-0).

BRASIL: Bárbara, Fabiana (Poliana, 40'/2ºT), Mônica, Rafaelle e Tamires; Thaísa (Andressinha, 12'/2ºT), Formiga, Andressa Alves e Marta (Debinha, 35'/2ºT); Beatriz e Cristiane. Técnico: Vadão.

CHINA: Zhao Lina, Liu Shanshan, Li Dongna, Zhao Rong e Wu Haiyan; Zhang Rui, Pang Fengyue e Tan Ruyin; Yang Li, Wang Shanshan (Ma Xuaixu, 19'/2ºT) e Wang Shuag (Gu Yashi, 33'/2ºT). Técnico: Bruno Bini.

Fonte: O Dia, 03/8/2016

17 de julho de 2016

Pau Grande, a cidade de Garrincha


Garrincha em Pau Grande

PAU GRANDE, A CIDADE DE GARRINCHA

Tauan Ambrosio 

Apesar de ser uma terça-feira comum, o clima era de festa no Ginásio Poliesportivo Nelson Ferreira Lima: música, brincadeiras, animadores e até uma cantina distribuindo cachorros-quentes e guaraná. Uma atividade artística e educacional inspirada pelas Olimpíadas, algo aparentemente simples para quem chega de uma capital. Mas de importância enorme por aquelas bandas.
Parecia até data comemorativa, como a que acontece anualmente todo dia 18 de outubro e movimenta o local mais famoso do 6º distrito do município de Magé, no Rio de Janeiro. Estamos falando de Pau Grande, lugar de nome engraçado para quem gosta de piadas de duplo sentido e que passou a ser de conhecimento público por ter sido o berço de um dos maiores craques da história do futebol: Mané Garrincha.
Conforme marcado, vou me encontrar com Rosângela pela primeira vez. Ela chega com um sorriso no rosto e me dá um abraço, enquanto eu ainda tento digerir aquela imagem. Afinal de contas, ela é igualzinha ao seu pai. Só que a paternidade de Garrincha foi provada somente após um exame de DNA. Algo aparentemente desnecessário, tamanha semelhança – principalmente nos olhos, nariz e boca.
Rosângela nasceu em 1954, fruto de um dos muitos casos extraconjugais do craque. Sua mãe, Alcina, trabalhava na América Fabril (a fábrica têxtil que era a grande responsável pela movimentação do local no passado) e quando ficou grávida Garrincha se afastou. Nunca cobrou nada de Mané, que na época dava os seus primeiros passos como jogador do Botafogo.
Apesar de não ter passado a infância com o pai, Rosângela não demonstra nenhuma mágoa. Pelo contrário. É uma entusiasta de Mané Garrincha, sempre disposta a fazer o que pode para manter viva a memória do maior camisa 7 do Brasil e da história do futebol de seleções. Dentro do poliesportivo, que segundo ela será rebatizado em honra ao craque, ela montou um espaço com homenagens ao filho mais famoso do 6º distrito de Magé.
Em meio às crianças que enchem a sala, chutando bolas e tirando fotos como se fossem Garrincha, Rosângela confessa que estava nervosa. “Passei a noite toda preparando isso”, disse. Uma sala repleta de imagens, recortes de jornal, livros, camisa em verde e amarelo e outras com a famosa Estrela Solitária em preto e branco. Orgulhosos, outros parentes de Mané Garrincha chegam ao local. E eles são muitos: netas, bisnetos... todos moradores de Pau Grande.
A história da família por lá é muito antiga. Começou com Mané Caieira, tio de Garrincha, que prosperou no local e chamou os irmãos para deixarem o Nordeste do país em busca de uma vida melhor no pé da serra fluminense. E segue até os dias atuais. Rosângela, que garante sempre ter tido boa relação com as outras irmãs, apresenta as netas de Garrincha. Uma delas já pensa até em carreira política pela região. Rosângela também mostra com orgulho os bisnetos do craque, e quando eu cito o irmão sueco – fruto de uma ‘escapada’ de seu pai na Copa do Mundo de 1958 – ela abre um sorriso e recorda de uma visita dele a Pau Grande.
O ginásio é todo temático ao herói daquela terra, e conta com quatro grandes imagens pintadas em suas paredes: as pernas tortas de Garrincha, um retrato do próprio vestindo a camisa da Seleção, um grande escudo do Botafogo e o brasão de Magé. É apenas uma pequena amostra da presença absoluta de Garrincha por ali.
Deixamos o local, e logo em frente está a Escola Municipal Mané Garrincha. Alguns metros depois, outro centro educacional batizado em homenagem ao Anjo das Pernas Tortas. Mais perto ainda, o Estádio Mané Garrincha. Longe da modernidade da arena construída em Brasília, este aqui é o campo do Esporte Clube Pau Grande, clube amador fundado em 1908 pelos ingleses donos da América Fabril e defendido pelo ponta-direita mais famoso de nosso futebol.
Só que não era o campo preferido de Garrincha. Se havia fidelidade no seu amor ao futebol, este talvez esteja ligado ao terreno de terra batida em uma das encostas da cidade. Para chegar lá, é preciso subir um pouco pelo mato. O suficiente para ter uma vista completa do pacato distrito ao pé da serra. O campo fica cercado por árvores e a encosta. Lá, Mané disputava peladas que, para ele, valiam tanto quanto uma partida de Copa do Mundo. Inclusive, antes de jogos importantes por Botafogo ou Seleção Brasileira. É lógico que os dirigentes detestavam isso, afinal de contas as chances de lesão aumentavam.
Mas o futebol, para Manuel dos Santos, era somente uma grande diversão. Algo tão prazeroso quanto o calor de uma mulher ou de um copo de bebida. Os bares onde ele bebia acompanhado dos inseparáveis amigos Pincel e Swing estavam fechados. Mas existe o pensamento de revitalizar alguns dos pontos preferidos de Garrincha em Pau Grande. A intenção é usar a imagem do ídolo para alavancar o turismo local.
A moradia que ganhou da América Fabril após a conquista da Copa de 1962 é um destes pontos principais. Lá mora a neta de Garrincha, Sandra. Uma casa amarela, com imagens do Anjo das Pernas Tortas por todos os lugares. Na garagem, o sonho é revitalizar um bar temático sobre o familiar ilustre. Marido de Sandra, Carlos Eduardo vestiu até uma réplica da camisa usada no Mundial do Chile. O plano é o de fazer um grande passeio temático pelo distrito, contando a história de vida de seu filho mais famoso.
Já são 33 anos desde a morte de Mané Garrincha, mas em Pau Grande ele segue vivo em todos os lugares. Ainda é tema de conversa entre os moradores, que se orgulham do camisa 7 como se ele ainda estivesse em campo. Uma rotina que pouco mudou em relação a décadas atrás: as pessoas ainda caçam passarinhos, conversam em botecos e, claro, jogam futebol. Todos sonham em ver a história se repetir de alguma maneira. Mas, como Rosângela faz questão de afirmar, “Garrincha não tem mais não”.
Embora siga vivo em sua terra natal como em nenhum outro lugar, e seja a principal esperança para Magé entrar no circuito turístico do Rio de Janeiro, a sensação final é óbvia: Garrincha foi algo único em toda a história do futebol. E é exatamente por isso, por suas conquistas e pela beleza de seu jogo, que deve sempre ser lembrado. Esquecido? Jamais!

Fonte: Yahoo Esportes

14 de julho de 2016

O Brasil na Copa do Mundo de 1938 - Parte IV


O BRASIL NA COPA DO MUNDO DE 1938 – PARTE IV

João Saldanha

Nem bem havíamos chegado em Marselha e apareceram na concentração brasileira os italianos. Vitorio Pozzo, o grande treinador, estava acompanhado por três pessoas. Scopelli, ex-jogador argentino que já tinha jogado pela Itália e pela França, e mais dois com pinta de agentes funerários. Pozzo trajava um vistoso paletó azul-rei e calças cinza-claro. A camisa era branca. Elegante, até, estava o velhão. Scopelli não me chamou a atenção, mas os outros dois vieram de terno preto, de casemira, gravata preta e chapéu da mesma cor. O motivo da visita era o seguinte: por questão de dificuldades em passagens aéreas, Pozzo queria combinar o fretamento de dois aviões. O time que ganhasse iria para Paris, disputar a final com o vencedor de Hungria e Suécia. Quem perdesse o jogo iria para Bordeus disputar o terceiro lugar com o perdedor dos outros dois. Nossos representantes na discussão não foram muito diplomáticos. Responderam logo de cara que já tinham reservado avião para Paris e os italianos que se virassem. O pior, entretanto, foi a declaração de um dos nossos, se não me engano, o próprio Pimenta, que disse com voz de bravo: “E olhem, sabemos que os italianos jogam duro, mas com o Brasil a cana é diferente. Os tchecos se estreparam”.
Scopelli e Carlos Volante, que serviam de intérpretes da conversa, nem quiseram traduzir. Mas os homens entenderam bem e, malandramente, enviaram um ofício à FIFA, para que advertisse o árbitro do jogo que os brasileiros, por viva voz do treinador, afirmaram que iam “baixar o pau”. O ofício foi assinado pelo chefe da delegação italiana e como testemunhas, Scopelli e os dois “papa-defuntos”. Pegou mal o negócio. E veio o jogo. Sentei atrás do gol junto com Tim e Nariz que estavam no banco. Os italianos foram nitidamente superiores no primeiro tempo. Nosso goleiro, Walter, pegava até pensamento e as balizas nos ajudaram. Domingos da Guia, Martine Machado faziam uma grande partida, mas a pressão italiana era fortíssima. Tim a meu lado chegou a dizer: “Não aguentaremos. Não demos um chute a gol e eles já perderam uns quatro ou cinco”. Era verdade. Olivieri, goleiro italiano, não tinha feito uma defesa, e Walter estava até meio tonto. Nosso ataque não se entendia e nem recebia uma bola. A narcação italiana era perfeita. Jogavam limpo, pois não queriam bronca. Sentiam que poderiam ganhar a partida. Estava fácil, e o zero a zero do primeiro tempo tinha sido milagre.
Veio o segundo tempo e, não demorou muito, Biavatti centrou para o extrema-esquerda Colaussi, que emendou para dentro. Um a zero para eles. Bem na nossa cara. No gol em que estávamos sentados. Não houve reação. Ao contrário. Os italianos atacavam cada vez mais, e Colaussi armou-se para centrar uma bola da extrema-esquerda. Piola vinha na corrida para receber e, antes do centro, Domingos da Guia, meio atrasado no lance, deu um bico no joelho de Piola. O árbitro suíço Wutrich marcou o pênalti e fez um gesto de expulsão para Domingos da Guia, pois considerara o pontapé sem bola uma agressão. Formou-se o bolo e a torcida ficou do nosso lado. Domingos da Guia não foi expulso, mas o pênalti foi irreversível. Meazza chutou e dois a zero. Nariz comentou: “Não havia necessidade de fazer o pênalti; o centro nem tinha saído”. Tim retrucou: “É, mas o gringo vinha sozinho pelo meio da área e era gol certo”. O caso é que houve o pênalti e nós não sabíamos de muita coisa. Nem as regras do jogo. Ridiculamente, ainda protestamos por escrito. Como a bola estava fora da área, muitos pensaram que não havia pênalti. Acontece que a falta de Domingos da Guia fora bem dentro da área. Outra coisa que não sabíamos era bater tiro-de-meta. Embora a lei fosse antiga, aqui no Brasil o costume era o beque levantar a bola para o goleiro, este agarrar com as mãos e chutar para a frente. Só pouco antes da Copa de 38 é que o “tiro-de-meta” passou a ser usado em nossos campos. No finzinho do jogo, Romeu, escorando um centro de Patesko, marcou para nós. Além desta vez, só estivemos perto do gol quando Foni, beque italiano, falhou e Perácio dividiu uma bola com o arqueiro italiano. Foi muito justa a e fácil a vitória da Itália, como também foi justa e fácil a vitória final, por quatro a dois, contra os húngaros, em Paris.
Não assisti o jogo Brasil e Suécia, pois fui ver a final. Nos classificamos em terceiro lugar, mas fomos considerados os segundos. O jogo contra a Itália tinha sido a verdadeira final. Este era o pensamento unânime da crônica.
Tivemos possibilidades de ser campeões. O time era excelente, mas nosso modod e jogar obsoleto. Rigorosamente, estávamos catorze anos atrasados. A lei do “of-side” havia sido modificada em 1924, e nosso time jogava apenas com dois beques de área. Todos os demais jogavam com três, no mínimo. Daí sermos tão vulneráveis. A nova lei do impedimento obrigava a modificação. Não adiantava mais o “beque-espera” e o “beque-avanço”. Antes, isso era justo. Antes de 1924. Bastava o “Avança” dar dois passos e colocar todo o ataque adversário em impedimento. A lei dizia: “Para se estar em condições de jogo, é necessário ter pelo menos três adversários pela frente”. Então, com a saída do “avança”, ficavam apenas dois. A nova lei, que vigora até hoje, mudou tudo, inclusive a forma de jogo, quando disse: “Para se estar em condição de jogo, é necessário ter pelo menos dois adversários pela frente”.
O caso é que nós tínhamos sempre dois beques contra três atacantes. Isto é o que explica o fato de Domingos da Guia ser obrigado a fazer pênaltis em todas as partidas. Quase que em desespero. Logo ele que foi consagrado como um dos melhores da Copa. O pior era no meio de campo, onde tínhamos três “médios” e os adversários apenas dois “meias”, intercalados entre nossos homens, deixando Afonsinho e Zezé Procópio sem tarefa, ao mesmo tempo em que punham Martin Silveira na roda. Esta foi a principal questão que causou nossa derrota. Estivéssemos atualizados, e não perderíamos.

Fonte: O Brasil na Copa do Mundo (livreto distribuído pela Esso do Brasil, em 1966)