7 de novembro de 2017

Gérson, o canhotinha de ouro



GÉRSON, O CANHOTINHA DE OURO

Gérson de Oliveira Nunes nasceu em Niterói, no dia 11 de janeiro de 1941. Atuava como meia-armador e jogou em diversos clubes brasileiros de futebol, tendo passagens destacadas no Flamengo, no Botafogo, no São Paulo e no Fluminense, seu time de coração. Iniciou sua carreira de futebolista, no entanto, no modesto Canto do Rio, clube profissional do Rio de Janeiro hoje extinto.
Segundo o site Terceiro Tempo, na seleção brasileira de futebol, foi tricampeão mundial no México, em 1970. Ao todo, pela Canarinha, Gérson atuou em 85 jogos, com 61 vitórias, 13 empates e 10 derrotas, marcando 19 gols. Pela seleção olímpica, foram 11 partidas e nove gols marcados. Além do título de 1970, ele foi campeão da Taça Bernardo O´Higgins (1961), Copa Roca (1963 e 1971), Copa Rio Branco (1968) e Taça Sesquicentenário de Independência do Brasil (1972). A última apresentação de Gérson pela seleção foi na vitória de 1 a 0 sobre Portugal, no dia 9 de julho de 1972. Os dados constam do livro "Seleção Brasileira - 90 Anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.
Jogador de altíssimo nível técnico, numa época em que o futebol era muito cadenciado e não explorava a velocidade atual, destacou-se por sua capacidade de fazer longos e precisos lançamentos, além do chute potente e certeiro.
Segundo matéria publicada no Globo Esporte em 14/12/2016: “Vira e mexe, reaparecem na TV as imagens daquela Seleção tricampeã mundial em 70, aquela que jogava por música, bola de pé em pé. Jogadas e gols de cinema, onde tudo parecia fictício, tamanha a precisão. Uma seleção cheia de craques. Craques não, gênios. E entre eles, um certo sujeito calvo com a camisa 8 ditava o ritmo. Como ele mesmo costuma dizer no rádio, "era brincadeira". O pé esquerdo de Gerson sempre foi, no mundo do futebol, um dos maiores desafios à lei da física. Como podia um jogador executar lançamentos longos de 50, 60 metros com tamanha precisão? A bola chegar à feição no peito ou na cabeça de Pelé, no pé de Jairzinho, Tostão, Rivellino, Paulo Cezar Caju, Terto?”
Ele mesmo explica como conseguia isso: “ Eu pegava uma baliza de salto de atletismo. Botava na meia-lua da grande área. Ficava na outra intermediária e tinha que meter a bola lá. Era difícil, mas eu conseguia. Ficava sempre depois do treino. Umas duas horas ali. Aquilo pra mim era distração. Meio metro pra lá, meio metro pra cá, eu estava dentro do contexto. Deu certo”.
Segundo a mesma matéria do Globo Esporte acima citada, do tempo também em que jogador fumava, confessou levar cigarro e isqueiro no meião para fumar no túnel antes da entrada em campo. Sem o vício há mais de 30 anos, continua magrinho, mas por conta de problemas na coluna e da idade não pode mais bater uma bolinha.
Dentro de campo, falava muito e sempre teve uma capacidade nata de liderança. Dizem até as más línguas que durante a Copa de Mundo de 1970, no México, quem comandava o tim brasileiro dentro do campo era ele e Pelé, apesar de Zagallo estar sentado no banco do treinador.
Segundo a Wikipédia, Gérson também ficou famoso nos anos 70 por protagonizar uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também...". Essa frase presumidamente resumiria a suposta malandragem brasileira e acabou caindo na cultura midiática como o símbolo do "jeitinho" desonesto de ser e da corrupção, ficando conhecida como lei de Gérson. Após a associação maliciosa e indevida, ele se lamentou publicamente, em diversas ocasiões, de ter seu nome ligado a esses defeitos associados insistentemente pela cultura midiática ao povo brasileiro, que não combinam com o seu jeito de ser e nem com as suas ideias.
Sobre as seleções brasileiras de futebol, diz o seguinte: “Pra mim, a melhor seleção foi a de 1958. Tecnicamente falando. E de conjunto foi a de 1970”. E ainda: “O Tostão falou que daria lugar para o Romário. Eu disse pra ele: "Tá perdido, porque eu ia lançar pro Romário (risos)." Eu não abro mão. Tivemos bons jogadores. Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Adílio, Zico, Falcão, Romário... (Pra ser titular) Dependeria do treinador também”. Sobre Neymar Júnior: “Naquela seleção de 1970 ele não entrava. No banco podia ficar. Mas ia jogar no lugar de quem? Do Pelé? Do Tostão? Do Rivellino?”.
Falou o Papagaio, quem vai questionar?

Pesquisa de textos de Clóvis Campêlo. Fontes: Wikipédia, Terceiro Tempo e Globo Esporte.

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