23 de outubro de 2017

Sócrates: doutor dentro e fora de campo


SÓCRATES: DOUTOR DENTRO E FORA DE CAMPO


Um dos maiores craques da história do futebol brasileiro, em especial na década de 80, Sócrates marcou 25 gols em 63 partidas com a camisa amarela. Estreou na seleção em 1979, e seus momentos mais importantes, porém, deram-se nas Copas do Mundo da Espanha, em 1982, e do México, em 1986.
Admirada por um futebol mágico, considerado inferior apenas ao da equipe tricampeã mundial em 1970, a seleção de 1982 encantou os cronistas e torcedores, mas aquela equipe de Sócrates, Zico, Falcão e Cerezo acabaria sendo eliminada pela Itália, na derrota por 3 a 2 no Estádio Sarriá, em Barcelona, e terminou apenas em quinto lugar.
A Azzurra de Paolo Rossi acabaria campeã. No trágico confronto com os italianos, Rossi fez os três gols dos rivais, e Sócrates o primeiro do Brasil (o outro foi de Falcão).
Naquela Copa, na estreia, contra a extinta União Soviética, o camisa 8 Sócrates, à época no Corinthians, deu início à virada por 2 a 1, ao marcar o gol de empate. Éder fez o da vitória. Na sequência, Sócrates passou em branco, embora o Brasil tenha goleado a Escócia por 4 a 1 e a Nova Zelândia por 4 a 0, tudo isso na primeira fase, em Sevilla. Depois, já na segunda fase, também no Sarriá, superou a Argentina por 3 a 1, para em seguida, cair diante da Itália. A revista "World Soccer" o elegeu o quinto melhor jogador do mundo.
Quatro anos depois, em 1986, boa parte da mesma geração de 1982 foi à Copa do Mundo do México, onde se sonhava com a repetição do grande sucesso obtido naquele país na Copa de 1970. Em 1986, Sócrates era do Flamengo. Novamente titular, vestia a camisa 18. Fez cinco partidas e marcou dois gols, como quatro anos antes.
Na estreia, no 1 a 0 sobre a Espanha, no Jalisco, em Guadalajara, pelo Grupo D, na primeira fase, foi o autor do gol da vitória. Na sequência, a seleção bateu a Argélia por 1 a 0, a Irlanda do Norte por 3 a 0. Nas oitavas de final, Sócrates assinalou o primeiro gol dos 4 a 0 sobre os poloneses. Nos confrontos contra Irlanda do Norte e Polônia, o Doutor - fora da melhor forma física - deu lugar a Zico, que também lutava contra problemas físicos.
Nas quartas de final, o Brasil se defrontou com o antigo algoz em Copas, a França. Em Guadalajara, houve empate por 1 a 1 no tempo normal, e nos pênaltis os franceses ganharam por 4 a 3. Na primeira cobrança brasileira, Sócrates desperdiçou, com o goleiro Bats defendendo. O Brasil terminou em quinto, e a Argentina venceu na final a então Alemanha Ocidental por 3 a 2 para ser bicampeã mundial.

Além das participações em Copas, Sócrates foi eleito em 1983 o craque sul-americano. Em 2004, foi apontado pela Fifa como um dos 125 melhores jogadores vivos da história e considerado por CNN, "World Soccer" e "Placar", como um dos maiores de todos os tempos, pela elegância, toques de calcanhar, gols de falta, de cabeça e de fora da área e por seus passes precisos.

Fonte: O Globo


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